Lins defende FCecon no diagnóstico de câncer e cobra revisão de norma
Segundo o parlamentar, a norma da FCecon vem impedindo o acesso de muitos pacientes à unidade e atrasando o início do tratamento.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 10/04/2025 às 11:17 | Atualizado em: 10/04/2025 às 11:17
Em manifestação na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta quarta-feira (9), o deputado George Lins (União Brasil) defendeu que a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) também assuma, quando necessário, a responsabilidade pelo diagnóstico de câncer, como nos casos de câncer peniano e ósseo.
Segundo o parlamentar, a norma da FCecon, em vigor desde 2022, que exige biópsia prévia para abertura de prontuário, com algumas exceções, vem impedindo o acesso de muitos pacientes à unidade e atrasando o início do tratamento.
“Minha intenção é somar. Se a Fundação Cecon pode atuar na prevenção com o Cepcolu (Centro Avançado de Prevenção ao Câncer do Colo do Útero), a FCecon também tem a responsabilidade de atuar no diagnóstico do câncer até que o centro de diagnóstico de câncer não sai do papel”.
O deputado disse isso durante cessão de tempo ao mastologista Gerson Mourão, diretor-presidente da FCecon.
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“Se pode prevenir, pode diagnosticar”
Lins contestou a justificativa da fundação, que se baseia no seu perfil de hospital de atenção terciária — ou seja, voltado exclusivamente ao tratamento.
Para o parlamentar, enquanto o centro de diagnóstico de câncer não é uma realidade, a FCecon pode dar essa resposta à população.
“O câncer não espera. No caso do câncer de pênis, muito comum na nossa região, os pacientes chegam em situação avançada, muitas vezes com diagnóstico clínico evidente. Mas, não podem ser atendidos na fundação por falta de biópsia. Onde esse paciente vai conseguir fazer uma biópsia? Quanto tempo isso leva? Quando ele voltar, pode ser tarde demais”, afirmou o deputado, que também é médico urologista.
Ele também citou as dificuldades dos prontos-socorros em realizar biópsias ósseas, por falta de especialistas e insumos adequados.
Conforme Lins, a criação de um centro de diagnóstico de câncer permitiria agilizar o processo e garantir que os pacientes cheguem à FCecon com o diagnóstico necessário para iniciar o tratamento.
Pacientes sem acesso
A norma da FCecon permite a abertura de prontuário sem biópsia apenas em casos muito específicos, como tumores cerebrais, de fígado com marcador elevado ou de próstata com PSA acima de 200 ng/mL.
Contudo, alguns tipos de cânceres seguem de fora da lista de exceções.
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Proposta avaliada
Em resposta ao deputado, Mourão reafirmou que a unidade é um hospital de atenção terciária e reconheceu o cenário complexo enfrentado.
Ele se comprometeu a avaliar a proposta apresentada pelo deputado.
Foto: Leandro Castro/divulgação