Letícia, fronteira com Tabatinga, sofre com seca de 90% do rio Amazonas

Primeira cidade da Colômbia na tríplice fronteira com Peru e Brasil é bem atingida pelos efeitos da vazante

Mariane Veiga

Publicado em: 27/09/2024 às 20:20 | Atualizado em: 27/09/2024 às 20:21

O rio Amazonas, um dos mais extensos e caudalosos do mundo e que atravessa boa parte da América do Sul, diminuiu o nível em até 90% nos últimos três meses na Colômbia devido a uma seca grave, informou o governo nesta quinta-feira (26).

“O nível diminuiu entre 80% e 90% nos últimos três meses, devido à seca causada pelas mudanças climáticas”, afirmou a estatal Unidade Nacional de Gestão do Risco de Desastres (UNGRD).

A bacia do rio Amazonas abrange nove países da América do Sul: Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Alguns deles estão entre os mais atingidos por uma escassez de chuvas incomum.

Segundo a unidade, “os níveis baixos do Amazonas afetam a alimentação e navegabilidade das comunidades indígenas do departamento” colombiano de mesmo nome. Mais de 7 mil pessoas são prejudicadas.

Imagens registradas nos últimos dias pela AFP em Leticia, capital do departamento de Amazonas, mostram pequenas embarcações encalhadas e grandes ilhas de terra e pasto que ficaram expostas pelo nível baixo do rio. A cidade, que fica na tríplice fronteira, é chave para o comércio local por meio do rio.

Moradores estimam que esta seja a maior seca em meio século. A América do Sul está em alerta neste ano devido a uma ausência prolongada de chuvas associada ao fenômeno climático El Niño, que causou racionamento de água e energia, além de incêndios florestais históricos em vários países.

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Foto: Defesa Civil-AM/divulgação