Jayoro começa a plantar soja em Presidente Figueiredo, no Amazonas

Decisão da Agropecuária Jayoro Ltda de iniciar plantio de soja na Amazônia, em sua propriedade no Município de Presidente Figueiredo, região metropolitana de Manaus, causa preocupação.

Preocupação com empregos

Os primeiros a manifestarem preocupação foram os trabalhadores da fazenda. Para eles, o início da soja ameaça postos de emprego. Isso porque o cultivo do grão está extremamente automatizado, com emprego mínimo da força humana.

Preocupação com a economia local

Os outros a manifestarem preocupação foram os moradores e a classe política da cidade. É que, se a hipótese de redução de empregos se confirmar, o fato implicaria em desaquecimento da economia local. Hoje, os trabalhadores da Jayoro representam grande parte do faturamento do comércio e serviço no município.

Preocupação ambiental

Por fim, caso a Jayoro siga com seu projeto de plantar soja, poderá enfrentar reações. Essas reações podem vir de ambientalistas e do próprio mercado.

O plantio de soja na Amazônia historicamente sempre foi um tema polêmico. As discussões são sobre impactos ambientais significativos e opiniões divergentes acerca de sua sustentabilidade.

Além disso, a expansão da soja na Amazônia é associada ao desmatamento, perda de biodiversidade e poluição.

O mercado nacional e internacional vê isso com preocupação, como a União Europeia, por exemplo, a impor restrições à importação de soja de áreas desmatadas, e com a crescente pressão para práticas agrícolas mais sustentáveis.

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Conheça a Jayoro

A Agropecuária Jayoro Ltda é uma empresa de grande porte sediada em Presidente Figueiredo. Ela atua na produção de cana-de-açúcar e, consequentemente, na fabricação de açúcar e álcool (etanol). Essa produção se dá numa área de 4 mil hectares, empregando de 1 mil a 5 mil trabalhadores.

Seu principal cliente é a Coca-Cola.

Além da produção de cana, a empresa também cultiva guaraná e possui um programa de sustentabilidade, certificado pela Bonsucro.

Incentivo fiscal da ZFM

A Jayoro recebe incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM). O modelo ZFM, nas últimas décadas, vem a adotando o discurso de sua necessidade de manutenção também pelo viés ambiental. Nesse caso, os incentivos, as renúncias fiscais do governo, também são para preservar os recursos naturais da região.

O que diz a Suframa

O BNC procurou a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) sobre o assunto. Técnicos da autarquia disseram que procede a informação, que a Jayoro já iniciou projeto de soja em sua fazenda, que recebe incentivos fiscais.

Mas, segundo eles, trata-se apenas de experimentação, campo experimental.

Foto: reprodução/rede social