Inmetro e Governo do Amazonas inauguram posto em Manacapuru

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) promove mais uma parceria entre o governo federal e o estado do Amazonas. Nesta quarta-feira (26), o presidente do Inmetro, o amazonense Márcio André Brito, inaugura uma nova sede do instituto no município de Manacapuru (a 70,6 quilômetros da capital Manaus).

De acordo com Brito, a nova sede municipal do Inmetro, construída com recursos federais e apoio do Governo do Estado, vai fortalecer o comércio local, além de atender dez municípios vizinhos a Manacapuru.

Dessa forma, a estrutura do Inmetro/Ipem chega para dar mais qualidade aos produtos fabricados e comercializados no município e região, assim como verificar a segurança, visto que há mercadorias passíveis de acidentes circulando no município.

“Portanto, serão dez municípios no entorno de Manacapuru que serão atendidos. E a nossa meta é até o final do ano que vem inaugurar mais cinco municípios, sendo o próximo em Parintins. Assim, estamos levando essa infraestrutura da qualidade para o interior do estado. Estamos inaugurando, agora, em Manacapuru, pois já temos uma sede em Itacoatiara”, disse.

Essas declarações do presidente do Inmetro, Márcio Brito, ocorreram durante sua participação no programa “Jornal da Manhã”, da rádio Jovem Pan Manaus (98,7 FM). Ele foi entrevistado pelo radialista Massami Miki nesta terça-feira (25).

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Amazonense Márcio Brito revoluciona Inmetro em dois anos de gestão

Na longa entrevista, Brito destacou os dois anos de sua gestão frente ao Inmetro e ressaltou as ações do instituto tanto o estado do Amazonas, sua terra natal, quanto nas demais regiões do país.

Frisou o papel do Inmetro na questão da sustentabilidade, o diálogo com o setor produtivo e, principalmente, no avanço da gestão da qualidade, tecnologia e inovação.

Ações no Amazonas

Na avaliação do presidente do Inmetro, fazer metrologia no Amazonas é diferente do Brasil inteiro, pois, as estradas são rios. Tanto que em sua gestão, com a colaboração do Ipem-AM, já inaugurou duas unidades fluviais.

“Não são barcos apenas para transportar as pessoas, mas unidades adaptadas com todos os equipamentos, laboratórios e demais serviços oferecidos em Manaus e no interior. Então, como estamos pilotando o orçamento federal, colocamos uma parte para as regiões Norte e Nordeste, as mais pobres, portanto, as que mais precisam”, disse Brito na Jovem Pan Manaus.

Zona Franca de Manaus

Questionado pelo apresentador Massami Miki, o presidente do Inmetro também falou sobre a atuação voltada à Zona Franca de Manaus (ZFM). Citou o fato de que ao chegar no instituto, em março de 2023, verificou que 92% de toda infraestrutura da qualidade no Brasil, com seus laboratórios credenciados, que testam os produtos para a indústria pôr no mercado, encontram-se nas regiões Sul e Sudeste.

“E podemos ver os prejuízos disso na prática. Temos na Zona Franca de Manaus vários produtos regulamentados pelo Inmetro principalmente na área eletroeletrônico e sua eficiência energética. Logo, quando a indústria vai lançar um novo modelo de ar-condicionado, de uma geladeira, precisa submeter ao Inmetro para fazer os ensaios e aprovar as eficiências. Para isso, as amostras vão até São Paulo ou lá para o Rio Grande do Sul pela ausência de laboratório credenciado no estado do Amazonas. E isso nós queremos mudar”, afirmou Márcio Brito.

Laboratório da UEA

E, como parte desse avanço, ele anunciou o primeiro laboratório acreditado (certificado) do Inmetro na região Norte, já instalado na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O equipamento visa atender as demandas da Zona Franca de Manaus.

Brito salientou que os ensaios hoje realizados em produtos no estado, no laboratório da UEA, têm reconhecimento internacional e atende os melhores padrões de qualidade mundial.

Em relação à cooperação internacional, o Inmetro hoje realiza um trabalho com mais de 120 países para verificar as questões das barreiras técnicas incluindo medição de produtos da China.

Investimentos

De outro modo, o apresentador da Jovem Pan quis saber quais os investimentos que o Inmetro fez, nos últimos dois anos, na modernização da infraestrutura de qualidade. Brito lembrou que havia mais de 15 anos que não acontecia investimento na infraestrutura nesses órgãos estaduais (Ipem), que são 24, e nas duas superintendências.

“Então, todo e qualquer governo, e não é só este, não é o que passou, todos os governos passam por contingenciamentos, por controle fiscal e isso realmente dificulta avançar nos investimentos. Mas, mesmo com orçamento pequeno, nós conseguimos otimizar os recursos e melhorar as infraestruturas. Hoje, estamos com 14 obras no Brasil. São sede próprias, reformas, laboratórios, organismo de inspeção”, contou Brito.

O presidente do Inmetro disse ainda que sua intenção, até o final de 2026, é avançar em mais oito estados, fazendo com que haja uma verdadeira revolução na infraestrutura em laboratórios, equipamentos, sobretudo capacitação de técnicos do Inmetro.

Setor produtivo

Ademais, o diálogo com o setor produtivo tem sido uma das iniciativas do presidente do Inmetro. Márcio Brito citou as conversas, quando foi presidente do Ipem-Amazonas, com a Câmara dos Dirigentes Lojistas, com a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), com todos os segmentos da indústria da ZFM.

E essa experiência ele está buscando transformar em um grande programa nacional chamado Diálogo com o Setor Produtivo.

“Basicamente, como fizemos no Amazonas, passamos a ouvir os segmentos. Então, já realizamos quatro edições do projeto, inclusive na Fiesp, em São Paulo, onde reunimos muitos segmentos. A última edição foi com 34 segmentos”, detalhou o projeto Márcio Brito.

Inovação e modernização

A gestão no Inmetro, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic),
também tem sido marcada por inovações significativas. E dois grandes projetos serão legados que ficarão na história do instituto e gestão de Márcio Brito: o Inmetro na Palma da Mão e as delegacias cibernéticas.

O projeto “Inmetro na Palma da Mão” será lançado no próximo mês de abril e destinado a evitar falsificação do selo de certificação. Então, o consumidor vai passar a ver na internet se tem alguém vendendo esse selo de forma irregular.

“Queríamos que o selo do Inmetro tivesse a mesma segurança que existe hoje no passaporte, que existe hoje numa cédula de dinheiro oficial. E nós fomos procurar a instituição que realiza isso, que é a Casa da Moeda. Então nós fizemos um convênio, uma cooperação técnica com a Casa da Moeda. Então, o selo do Inmetro vai ter as mesmas tecnologias de segurança que o passaporte”, explicou o presidente.

Delegacia Cibernética

Já a Delegacia Cibernética entra como ferramenta para regular o e-commerce que hoje não tem certificação tampouco fiscalização por parte do Inmetro. Brito citou exemplo de compras em plataformas como AliExpress, Amazon, Mercado Livre e Shopee que hoje movimentam R$ 140 bilhões.

Assim, a inauguração da Delegacia Cibernética ocorrerá também em abril deste ano e vai funcionar no escritório do Inmetro em São Paulo.

“Basicamente, vamos verificar de forma sistêmica tudo que está sendo comercializado no mundo digital sem a certificação do Inmetro”, finalizou Márcio André Brito.

Fotos: divulgação