Indígenas e filme acreano são destaques no festival de Cannes
Diretor de “Noites Alienígenas” fala sobre o cinema na região Norte e ministra Sônia Guajajara lança fundo de renda mínima para indígenas

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 22/05/2023 às 17:22 | Atualizado em: 22/05/2023 às 17:24
Pelo menos, em dois momentos da 76ª edição do aclamado festival de cinema de Cannes, que acontece na França entre os dias 16 e 27 de maio deste ano, a Amazônia marcou presença e tem sido um dos destaques de um dos principais eventos cinematrográficos do mundo.
Sem concorrer à Palma de Ouro ou qualquer outra premiação do festival, mesmo assim, o diretor do filme “Noites Alienígenas”, produzido e rodado em Rio Branco/Acre, Sérgio de Carvalho, foi convidado para participar da abertura do estande do Cinema do Brasil, no Marché du Film e falar sobre a produção audiovisual brasileira no Norte do país.
O Marché du Film é considerado o maior mercado audiovisual do mundo e ocorre durante o Festival de Cannes. Além do diretor, participam do evento também o co-produtor do filme, Pedro Von Krüger, e o ator Adanilo.
Carvalho foi convidado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), comandada pelo ex-governador e senador do Acre, Jorge Viana, que retomou o diálogo com o cinema brasileiro este ano. Ao g1, o diretor explicou que participa do mercado de filmes em Cannes, que é a parte de negócios e encontros de produtores de todo mundo.
“É um convênio que a Apex, agora na gestão do Jorge Viana está retomando aqui com Cannes. Tinha sido suspenso, então, é um retorno e fui convidado por conta da projeção que o filme Noites Alienígenas vem tendo desde o Festival de Gramado e é uma oportunidade muito grande de participar desse Marché du Film, que acontece junto com o Festival de Cannes”, disse.
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Tráfico na Amazônia
O filme “Noites Alienígenas”, foi o grande vencedor do 50º Festival de Gramado (RS) em 2022. O longa fez história ao ganhar cinco Kikitos de ouro nas categorias de: melhor filme; troféu júri da crítica; melhor ator paera Gabriel Knoxx (“Rivelino”); melhor atriz coadjuvante, Joana Gatis (“Beatriz”) e melhor ator coadjuvante: Chico Diaz (“Alê”).
A obra conta a história de Rivelino, um jovem rapper e grafiteiro que acaba se envolvendo com traficantes, e do casal Paulo e Sandra, que têm um filho e enfrentam uma vida difícil, principalmente por causa da dependência química de Paulo. A ficção é retratada na capital acreana em um contexto trágico. O elenco conta com Gabriel Knox (Rivelino), a ex-BBB, Gleici Damasceno (Sandra) e Adanilo (Paulo), e ator Chico Diaz.
No mês de março, o filme chegou às telonas de todo o país, incluindo a capital acreana. Já no último dia 19, o longa-metragem estreou no catalógo da Netflix.
Fundo indígena
E ainda na noite deste domingo (21), um jantar de gala beneficente, no Hotel Carlton de Cannes, foi realizado para a arrecadação de recursos ao programa Amazônia Fund Alliance. O evento reuniu os principais líderes indígenas do Brasil, como a ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara
Os líderes indígenas Raoni, Bemoro, Tapi, Watatakalu e Yabuti, que estão em Cannes para o lançamento do filme “Raoni: uma amizade improvável”, do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux, e para mais uma campanha internacional pela preservação da Amazônia, também foram convidados.
O jantar de gala reuniu centenas de pessoas e celebridades que pagaram um pouco mais de € 1.800, o equivalente a R$ 9,6 mil, para participar do evento.
O ator norte-americano, Leonardo DiCaprio, conhecido ativista ambiental e das causas indígenas, apareceu rápida e discretamente no início. Cumprimentou a ministra brasileira dos povos Indígenas e foi embora.
Renda mínima
O evento em Cannes foi organizado pelo Better World Fund (BWF), uma entidade sem fins lucrativos sediada em Paris que apoia projetos humanitários. Este ano, entre os programas contemplados está o “Amazônia Fund Alliance” da Federação Brasileira de Clubes e Associações da Unesco (BFUCA, na sigla em inglês), que atua na preservação dos ecossistemas amazônicos.
O fundo internacional lançado em Cannes vai investir diretamente em renda mínima para indígenas e povos da Amazônia Legal. Projetos de pesquisa, de reflorestamento, preservação de rios e nascentes, e um campanha para reduzir o lixo e a emissão de CO2 também estão entre os objetivos do fundo independente. O projeto espera levantar US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) no primeiro ano de atuação.
Com informações do g1 e Rádio Franca Internacional
Foto: Divulgação