Incluindo ianomâmis, garimpeiros destruíram 27 mil hectares de indígenas
Quatro terras indígenas somam mais de 27.000 hectares degradados pelo garimpo ilegal. O Greenpeace alerta para o aumento da destruição na Amazônia.

Diamantino Junior
Publicado em: 21/10/2024 às 11:12 | Atualizado em: 21/10/2024 às 11:21
Quatro terras indígenas monitoradas pelo Greenpeace já tiveram uma extensa área impactada pelo garimpo ilegal, somando aproximadamente 27.250 hectares – o equivalente a 38.165 campos de futebol. Essas áreas incluem os territórios Kayapó (PA), Yanomami (AM/RR), Munduruku (PA) e Sararé (MT), que, juntas, respondem por 11% de toda a área afetada pelo garimpo na Amazônia.
Somente entre julho e setembro, período do mais recente boletim do Greenpeace, a degradação ambiental nessas terras somou o equivalente a 707 campos de futebol. O território Kayapó foi o mais afetado, com uma área degradada equivalente a 22.383 campos de futebol, sendo o epicentro do garimpo ilegal e das queimadas neste ano.
De acordo com Jorge Dantas, porta-voz do Greenpeace Brasil, os impactos do garimpo vão além das terras indígenas. “O crime ambiental não conhece fronteiras, então, você tem unidades de conservação também sofrendo com o garimpo, esse garimpo indo para outras áreas, outras cidades, outros territórios (indígenas). Isto é algo que a gente precisa, enquanto sociedade, ficar muito atento”, pontuou.
Pressão e migração
O relatório do Greenpeace destacou que os garimpeiros estão migrando para novas áreas na Amazônia, uma estratégia relacionada ao aumento da fiscalização. Eles têm adotado métodos mais sofisticados e evitado a derrubada de grandes áreas de floresta para escapar do monitoramento via satélite.
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Essas mudanças ocorrem em resposta às ações do governo federal, que intensificou a fiscalização com o apoio das Forças Armadas. Em agosto, 22 dragas, 2 kg de ouro e 4,8 kg de mercúrio foram apreendidos, e as autuações ambientais somaram mais de R$ 6 milhões.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) foi contatado para comentar, mas não havia se pronunciado até a última atualização da reportagem.
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Foto: reprodução