Ianomâmis: primeira operação noturna destrói base de garimpeiros
Tecnologia avançada, com drones de monitoramento aéreo, câmeras térmicas, óculos de visão noturna e radar, foi usada na operação.

Iram Alfaia , do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 24/10/2024 às 17:25 | Atualizado em: 25/10/2024 às 07:05
O governo do presidente Lula da Silva divulgou nesta quinta-feira (24) os resultados da primeira operação noturna na terra indígena Ianomâmi, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima.
De acordo com a Casa Civil, na noite de 17 de outubro, tropas do Exército destruíram um acampamento próximo a uma pista de pouso clandestina no garimpo do Apiaú.
As tropas foram deslocadas para a cabeceira norte da pista onde descobriram uma trilha de quadriciclo, que levou os militares até o acampamento.
A operação contou com o uso de tecnologia avançada, como drones para monitoramento aéreo, câmeras térmicas, óculos de visão noturna e o radar Saber M60, que permitiu identificar aeronaves em baixa altitude usadas pelos garimpeiros.
No mesmo local, na madrugada de 18 de outubro, as tropas destruíram um motor gerador, um motor de quatro cilindros com uma draga, além de mais 100 litros de diesel.
“A ação se estendeu por toda a madrugada, com as tropas percorrendo cerca de 11 quilômetros, rastreando e destruindo a infraestrutura deixada para trás pelos garimpeiros”, diz nota da Casa Civil.
Além da ação terrestre, o Exército também conduziu uma patrulha fluvial, cobrindo mais de 285 quilômetros nos rios próximos aos garimpos Mutum e Ouro Mil.
“As embarcações, tripuladas por 12 militares, localizaram e inutilizaram equipamentos usados na mineração ilegal, como 200 metros de mangueira de borracha de 4 polegadas, dois geradores de energia, um motor de indução de 2 CV, dois refletores LED e um quadriciclo”.
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O governo diz que, desde o início das operações coordenadas pela Casa de Governo, foram realizadas 2.364 ações de combate ao garimpo ilegal.
Entre março e outubro de 2024, o governo federal intensificou as operações, causando um prejuízo estimado em R$ 224 milhões aos garimpeiros.
Nesse período, foram destruídas 21 aeronaves, 107 antenas Starlink, 45 pistas de pouso clandestinas, 12 quadriciclos, 877 motores, 105 toneladas de cassiterita, 267 geradores, 342 acampamentos ilegais e 99.885 litros de óleo diesel.
*Com informações da Casa Civil.
Foto: divulgação