Governo autoriza licitação para dragagem de rios do Amazonas
Serão investidos R$ 505 milhões nos rios Madeira (Manaus-Itacoatiara), Amazonas (Codajás-Coari) e Solimões (Benjamin Constant-São Paulo de Olivença)

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 19/06/2024 às 22:08 | Atualizado em: 19/06/2024 às 23:55
Com a previsão de uma seca mais severa do que no ano passado, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, autorizou nesta quarta-feira (19) a contratação da dragagem de trechos de rios do Amazonas. Todas as obras estão previstas para começar em agosto e vão durar cinco anos.
Serão investidos R$ 505 milhões nos rios Madeira (Manaus-Itacoatiara), Amazonas (Codajás-Coari) e Solimões (Benjamin Constant-São Paulo de Olivença).
No Madeira, serão aplicados R$ 118,9 milhões nos trechos críticos entre o passo do Tabocal e a foz do rio.
Já no rio Amazonas, previsão é de gastar R$ 129,1 milhões no paraná do Abacate e nas ilhas do Juçara e do Tracari.
As dragagens entre Tabatinga e Benjamin Constant serão feitas nos canais superior e inferior, envolvendo recursos da ordem de R$ 139,8 milhões.
Entre Benjamin Constant e São Paulo de Olivença serão gastos mais R$ 112,3 milhões.
O ministro Silvio Costa destacou que, pela primeira vez na história, o governo do presidente Lula da Silva (PT) faz um volume tão significativo de investimento para garantir o transporte de pessoas e mercadorias no estado.
“E isso vai dar previsibilidade para que a cada ano não precise ser feito uma obra emergencial ou uma nova licitação para fazer a dragagem. Agora são em torno de R$ 100 milhões por ano para dar tranquilidade ao povo do Amazonas, ao setor produtivo e toda a sociedade”.
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), que participou por meio de videoconferência, disse que neste ano o processo de estiagem está se antecipando e que a ajuda do governo federal chega em boa hora.
“De acordo com os especialistas, a estiagem no Amazonas vai se antecipar em 30 dias. No ano passado, o período mais crítico foi de agosto a setembro e, para este ano, a expectativa é que os meses mais complicados sejam julho e agosto”.
Em julho, por exemplo, o governador disse que o estado decretará situação de emergência nas calhas dos rios Solimões, Juruá e Purus.
Isso, conforme Lima, vai possibilitar as tratativas com o governo federal para ajudar as famílias que serão afetadas.
“Primeiro a questão humanitária, pois as pessoas ficam isoladas com dificuldades de acesso ao alimento e depois o acesso a água potável que vai demandar um esforço muito grande e a gente não consegue fazer sozinho”.
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A solenidade contou com a presença dos deputados Átila Lins (PSD), Saullo Vianna (União Brasil) e Sidney Leite (PSD).
“A gente está recebendo informações muito preocupantes do interior do Amazonas, principalmente daquela região do alto Solimões, onde os prefeitos de Benjamin Constant, David Bemerguy, e de Tabatinga, Saul Bemerguy, informaram que o calado do rio em junho do ano passado era de 10 metros, em junho deste ano está em 7 metros, três metros mais seco”, disse Lins.
Foto: Iram Alfaia/BNC Amazonas