Forest.Boat, o robô que leva a ZFM à COP-30
A máquina será uma mostra da inteligência própria produzida pelo mais bem sucedido modelo de desenvolvimento regional do Brasil

Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 14/03/2025 às 06:02 | Atualizado em: 14/03/2025 às 06:04
Já está pronto o Forest.Boat, robô que vai levar a marca Zona Franca de Manaus (ZFM), em novembro, a Belém, à Coferência Global do Clima, da ONU, a COP-30.
A máquina será uma mostra da inteligência própria produzida pelo mais bem sucedido modelo de desenolvimento regional do Brasil.
O projeto foi financiado pelas atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovoção, o P&DI, uma espécie de fundo administrado pela Suframa. Esse fundo nasceu em 1991, com a edição da Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, que regulamenta os incentivos fiscais para o setor de informática na ZFM.
A regra condiciona concessão de benefícios fiscais ao setor a investimentos em produção de conhecimento na região. Assim, a lei prevê que empresas que industrializam bens de informática na Amazônia são obrigadas a investir, no mínimo, 5% do seu faturamento bruto decorrente da comercialização desses produtos em atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Forest.Boat
A Forest.Bot (Reforma Híbrida), possui tecnologia 100% brasileira. Ela se destina a realizar processos de reflorestamento e reforma de florestas, segundo o fabricante.
A COP-30 é vista pela Suframa com uma rara oportunidade de apresentar, para o mundo, um dos importantes resultados da sua atuação na Amazônia como fomentadora de inovações tecnológicas voltadas para o desenvolvimento sustentável da região.
A conferência reunirá chefes e representes de estados envolvidos em encontrar soluções para o aquecimento global, mudanças climáticas e crise hídrica.
“A Forest.Bot é a solução para projetos de florestamento, reflorestamento e recuperação de áreas de degradação (projetos ARR), pois ela pode operar em terrenos com obstáculos e elevada sujidade, fator que proporciona um plantio mais eficiente e acessível”,
explica a comunicação da AutoAgroMachines, a empresa que desenvolve o Forest.Boat.
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Amazônia
Em extensão, a Amazônia é o segundo dos cinco biomas brasileiros mais degradados, com área estimada de 19 milhões de hectares a 34 milhões de hectares, menor apenas que a do Cerrado, atesta a plataforma Mapabiomas.
A degradação da vegetação nativa de cada bioma ocorre por meio do desmatamento e por fatores que alteram a sua composição biológica e seu funcionamento.
Duas versões
Forest.Bot (Instalação) – desenvolvida em parceria com a Incomagri (Itapira, SP), ideal para o plantio em áreas planas e limpas.
Forest.Bot (Reforma Híbrida) – é fabricada em Manaus. Está projetada para atuar em áreas sujas e irregulares, voltada ao reflorestamento com espécies nativas e à reforma de florestas comerciais (silvicultura).
A versão Forest.Bot (Reforma Híbrida) se destaca por seu sistema de propulsão 100% elétrico, similar às tecnologias de veículos da Tesla.
Por isso, é uma opção sustentável no setor. Além disso, a patente da máquina já recebeu concessão no Brasil e conta com a Patente Verde e o PCT, que garantem proteção em mais de 150 países, incluindo Estados Unidos e Índia.
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Principais Funcionalidades da Forest.Bot:
- 1 – Propulsão híbrida 100% elétrica, garantindo menor impacto ambiental;
- 2 – Alta produtividade: capacidade de plantar 1.800 mudas por hora – equivalente à área de um Maracanã a cada hora;
- 3 – Suspensão inteligente e adaptável ao terreno na versão Forest.Bot (Reforma – Híbrida);
- 4 – Piloto automático, que guia a máquina ao longo da linha de adubação da floresta;
- 5 – Versatilidade no plantio: compatível com mudas nativas e exóticas (eucalipto, pinus, mogno africano, entre outras), independentemente das condições do solo;
- 6 – Sistema de irrigação integrado, com opção de hidrogel para otimizar o desenvolvimento das mudas;
- 7 – Aplicação de formicida durante o plantio (opcional);
- 8 – Registro de posição GPS de cada muda, garantindo rastreabilidade e monitoramento do plantio;
- 9 – Geração de mapas KML ou GeoJson, com todas as informações detalhadas de cada talhão plantado;
- 10 – Registro fotográfico de cada muda, incluindo verificação da qualidade do plantio, inclinação da muda e análise de substrato;
- 11 – Sistema de plantio deslizante e contínuo, que ajusta a profundidade conforme as irregularidades do terreno;
- 12 – Análise eletrônica e mecânica do solo e subsolo, identificando obstáculos visíveis e enterrados;
- 13 – Carrossel para 30 mudas e suporte para 2.500 mudas em caixas ou bandejas;
- 14 – Seleção de espaçamento via software, permitindo ajuste conforme a necessidade do plantio;
- 15 – Capacidade de rebocar um tanque de água de até 8.000 litros (opcional);
- 16 – Monitoramento em tempo real, com telemetria e transmissão via internet para acompanhamento remoto.
Automação Completa para a Gestão Florestal
Com a utilização da Forest.Bot, será possível automatizar diversos processos para o manejo sustentável das florestas, incluindo:
- 1 – Adubação ponto a ponto das mudas;
- 2 – Irrigação individualizada para maximizar a eficiência hídrica;
- 3 – Controle de pragas direcionado, minimizando o uso de defensivos químicos;
- 4 – Inventário florestal digitalizado, com dados precisos para gestão ambiental;
- 5 – Análise da saúde da floresta, garantindo a evolução sustentável das áreas reflorestadas.
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Foto: Divulgação