Amazônia: Medicina é alvo da aluna indígena que fez 920 pontos no Enem

Tayla Kaxinawá, jovem indígena do Acre, tirou 920 na redação do Enem 2024 após meses de estudo intenso. Ela sonha em cursar medicina e se especializar em pediatria.

Diamantino Junior

Publicado em: 15/01/2025 às 10:34 | Atualizado em: 15/01/2025 às 10:34

A rotina de estudos intensos levou a jovem Tayla Paulino Sales Kaxinawá, de 18 anos, a alcançar 920 pontos na redação do Enem 2024. Moradora de Jordão, uma das cidades mais isoladas do Acre, Tayla pertence à etnia Kaxinawá e estudava em escola pública.

Tayla se destacou mesmo enfrentando os desafios de viver em um município com um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, 0,469, segundo o IBGE. A cidade, que tem pouco mais de nove mil habitantes, só é acessível por barco ou avião de pequeno porte.

Rotina de estudos e dedicação

Para atingir o resultado, Tayla conciliou as aulas do último ano do Ensino Médio com estudos intensivos em casa, incluindo resolução de provas anteriores, videoaulas e aulões.

Apesar de surpresa com a pontuação, a jovem revelou seu objetivo claro: cursar medicina e se especializar em pediatria.

“Quero ajudar as crianças. Meu pai trabalha na recepção do hospital e sempre admirei os médicos no trabalho. Isso me inspirou”, contou Tayla.

Desafios para alcançar o sonho

Tayla lamenta que, pela primeira vez desde 2011, o curso de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) ficou fora do Sisu.

A universidade optou por um processo seletivo próprio após o STF declarar inconstitucional o bônus regional de 15% oferecido aos estudantes acreanos desde 2018.

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A jovem segue determinada a encontrar formas de ingressar na área médica.

Como utilizar a nota do Enem

O resultado do Enem permite o acesso ao ensino superior por meio de programas como:

Sisu: Inscrições de 17 a 21 de janeiro;

Prouni: Inscrições de 24 a 28 de janeiro;

Fies: Inscrições de 4 a 7 de fevereiro.

A conquista de Tayla é um exemplo de superação, destacando o impacto do esforço pessoal e da educação na transformação de vidas, mesmo diante de desafios estruturais.

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Foto: Mardilson Gomes/SEE