Em um ano, facções dobram presença em cidades do Amazonas

Fato se verifica mais na rota do tráfico pelo rio Solimões e na região metropolitana de Manaus.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 11/12/2024 às 12:10 | Atualizado em: 11/12/2024 às 12:18

A violência na Amazônia Legal aumentou 46% de 2023 para 2024, com o número de cidades dominadas por facções criminosas subindo para 260 municípios. Consequentemente, a região enfrenta uma escalada na violência.

Esse crescimento reflete principalmente a expansão de facções como o Comando Vermelho e o PCC, que já dominam grande parte da região. Especificamente no Amazonas, cidades como Iranduba estão entre as mais violentas.

De acordo com o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, a violência está diretamente ligada ao narcotráfico, uma vez que a Amazônia é estratégica nas rotas de cocaína internacionais, com o Rio Solimões sendo uma das principais vias de transporte do produto ilegal.

Além disso, atividades ilegais, como garimpo e desmatamento, contribuem para o aumento dos conflitos entre facções. Como resultado, a disputa por territórios se intensifica e gera danos ambientais irreversíveis.

Outro fator importante é a aliança entre facções no sistema prisional, o que facilita a expansão desses grupos. Ademais, a Amazônia se tornou um hub logístico para o tráfico de drogas.

Rodovias e a expansão de atividades econômicas predatórias, como desmatamento para pasto e soja, também contribuem para o aumento da violência. Consequentemente, cidades menores se tornaram centros de disputa e violência.

Esse cenário de violência e degradação ambiental dificulta a implementação de políticas de desenvolvimento sustentável. Portanto, a relação entre narcotráfico e crimes ambientais impede o avanço de modelos sustentáveis.

Além disso, a interiorização da violência e a crescente presença de facções nas pequenas cidades ampliam os conflitos, afetando diretamente a população e o futuro da região.

Em 2025, Belém sediará a COP 30, mas porém, o controle do crime é um obstáculo significativo. Isso torna difícil alcançar um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Essa combinação de violência, narcotráfico e degradação ambiental prejudica os esforços para preservar a biodiversidade e alcançar o crescimento econômico sustentável na região. Assim, a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento se torna mais urgente.

Milícias e facção criminosa disputam liderança em terra indígena

A matéria é do G1. Leia na íntegra.

Foto: divulgação