‘Discurso de sustentabilidade da Amazônia é fraude’, diz governador
Clécio Luís critica a 'preservação do bioma, sem que se possa explorá-lo'

Mariane Veiga
Publicado em: 16/10/2024 às 21:47 | Atualizado em: 16/10/2024 às 22:22
O governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), criticou nesta quarta-feira (16) a ‘preservação da Amazônia sem que se possa explorá-la’ e destacou que para ele o “discurso de sustentabilidade é uma fraude”.
“Temos os melhores indicadores ambientais do Brasil, mas temos os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil. Quer coisa mais insustentável do que isso? Isso torna o discurso da sustentabilidade uma fraude”, disse Luís em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Para o político, a COP30, a Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), não deve “romantizar” a preservação ambiental.
O evento será realizado em novembro de 2025 em Belém (PA). Segundo ele, deve-se discutir formas eficazes de promover o desenvolvimento econômico e social da região amazônica.
Ele afirmou ter conversado sobre o assunto com o presidente Lula da Silva (PT). “Temos o Estado mais preservado do país, talvez do mundo, mas [que está] na pobreza. Querem ajudar a Amazônia amapaense ou amazônica? Vamos desenvolver este território econômica e socialmente”, comentou.
“Temos os melhores indicadores ambientais do Brasil, mas temos os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil. Quer coisa mais insustentável do que isso? Isso torna o discurso da sustentabilidade uma fraude”, declarou Clécio Luís.
O político afirmou que “seria e será muito ruim” se os participantes da COP comprassem “colarzinho de miçangas”, tirassem fotos “com lideranças indígenas” e saíssem do evento com “uma visão romantizada” da Floresta Amazônica.
Clécio Luís afirmou ver como nocivo que se aceite “o discurso enlatado estrangeiro” de que é preciso “preservar ainda mais” a Amazônia, sem que se possa explorar a região.
“A política do desmatamento zero, por exemplo. Falta uma palavra aí. O que deve ser zero é o desmatamento ilegal. O agricultor, o indígena, precisa fazer a roça dele. Na Amazônia, você planta mandioca, colhe e aí deixa aquela terra para descansar. Quando volta, depois de 2 ou 3 anos, virou uma floresta ali e tem de suprimir a vegetação de novo. Isto não pode ser considerado desmatamento”, disse.
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Foto: Netto Lacerda/Governo do Amapá