Dan Câmara puxa na ALE-AM busca de solução para tráfego na BR-319

O gargalo na travessia do Igapó-Açu é problema crescente que já causa enormes prejuízos

Ferreira Gabriel

Publicado em: 30/09/2024 às 09:25 | Atualizado em: 30/09/2024 às 09:25

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) reuniu representantes de diversos órgãos públicos, do comércio, de trabalhadores e outros para discutir e buscar solução para o problema de trafegabilidade na BR-319 diante da estiagem e seca dos rios e igarapés que cortam a rodovia entre Manaus e Porto Velho, a capital de Rondônia.

O evento foi puxado pelo deputado estadual Dan Câmara (PSC), no dia 26 de setembro.

Conforme o deputado, em seguida será encaminhado aos governos um documento apontando solução integrada para problemas mapeados.

Ele percorreu recentemente a estrada para constatar o que emperra o tráfego de veículos, sobretudo os pesados, nos quase 900 quilômetros entre o Amazonas e Rondônia, dos quais mais da metade não tem asfalto.

“Nessa ida à BR, nós constatamos que um dos pontos cruciais hoje, e um dos maiores gargalos, é a travessia do Igapó-Açu. Os serviços que são oferecidos ali são precaríssimos e nós temos quilômetros de carretas estacionadas, buscando atravessar com uma estratégia de prioridade não muito bem definida. E nós estamos percebendo o impacto que estamos tendo no abastecimento do mercado dos diversos municípios e, principalmente, de Manaus”.

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Preocupação

Durante a audiência, feirantes e representantes do setor comercial disseram das dificuldades enfrentadas para o transporte, mormente de alimentos perecíveis.

“Os preços estão aumentando, os produtos estão estragando e nós precisamos sobreviver. A estiagem está aí, os rios já não estão mais navegáveis, os produtos não estão chegando via fluvial e o único meio que nós temos hoje é ou via aérea ou via terrestre pela BR-319. Então, acreditamos que não há mais tempo a perder com relação à solução definitiva para a BR-319”, disse o deputado.

Conforme ele, a audiência fez parte do movimento Soluciona BR-319, que soluções coletivas para problemas que surgiram após a queda de duas pontes (sobre os rios Curuçá e Autaz-Mirim) em 2022.

Durante a audiência, a defensora pública Rachel Marinho, diretora do interior e região metropolitana, disse que a Defensoria Pública do Estado (DPE) é responsável pela população hipossuficiente, por prestar assistência aos cidadãos em vulnerabilidade.

“Estamos em tempos de estiagem e seca severa. Existem várias cidades com o acesso restringido. Isso afeta a todos, mas de forma mais grave as populações mais vulneráveis, como pescadores, ribeirinhos, indígenas, que são afetadas economicamente porque não chegam recursos, não chegam material, comida para esses locais”.

Apoio

Além da DPE-AM e representantes da sociedade civil, a audiência também contou com a participação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas, Conselho Regional de Agronomia e Engenharia do Estado (Crea-AM).

Foto: Hudson Fonseca/ALE-AM