Cresce cobertura vacinal no país, mas AM tem cidades no ‘vermelho’
Três municípios amazonenses – Manacapuru, Jutaí e Maués – ficaram muito abaixo da cobertura de vacinas para algumas doenças

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 27/01/2025 às 18:48 | Atualizado em: 27/01/2025 às 18:48
O Ministério da Saúde acaba de divulgar levantamento da cobertura vacinal infantil nos dois primeiros anos do terceiro governo do presidente Lula da Silva. E o resultado é positivo.
De acordo com o ministério, o Brasil registrou um aumento expressivo no número de municípios acima da meta de 95% de imunização para as vacinas essenciais do calendário infantil.
Segundo o painel de distribuição de vacinas, entre 2023 e 2024, foram enviadas mais de 604 milhões de doses a todos os estados.
Nesse caso, o estado do Amazonas tem “sinal verde”, com coberturas maiores ou iguais à meta estabelecida pelo Ministério da saúde, nas seguintes vacinas: BCG (108,26%), hepatite B (105,04%), tríplice viral 1ª dose (98,86%), pneumo 1º reforço (95,72%).
Em âmbito nacional, a meta para a segunda dose da vacina tríplice viral, que previne o sarampo, a caxumba e a rubéola, foi alcançada em 2.408 municípios brasileiros, aumento de mais de 180% quando comparado com os 855 de 2022.
Já a cobertura da primeira dose de tríplice viral também foi registrada em mais regiões: 3.870 cidades em 2024, frente às 2.485 de 2022, ou 55,7% de crescimento.
O número de municípios que alcançaram a meta para a vacina oral poliomielite, segundo o ministério, também aumentou, passando de 1.466 cidades em 2022 para 2.825 em 2024, uma alta de quase 93%.
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Reconstrução do SUS
De acordo com a ministra da saúde, o índice é um dos resultados da reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), da confiança nas vacinas e da cultura de vacinação.
Da mesma forma, o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, em 2023, reverteu tendência de queda, que vinha ocorrendo nos anos anteriores.
“Desde o início da gestão, nosso objetivo foi retomar e ampliar as coberturas vacinais. Ao fortalecer o sistema de saúde e investir na atenção primária, criamos condições para que a vacina chegue a todos. O Movimento Nacional pela Vacinação foi um marco e com o apoio de parceiros nacionais e internacionais, hoje colhemos os frutos desse trabalho”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
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Abaixo da meta
No caso das vacinas varicela e tetraviral, houve escassez de matéria-prima mundialmente. Daí, os problemas para atingir as metas de cobertura. Em todo o país, a vacinação contra a varicela chegou a 72,79% (sinal amarelo) da meta que era de 95% da população infantil.
Do mesmo modo aconteceu no estado do Amazonas. A vacinação contra varicela no município de Maués, em 2024, chegou a 33,10% da meta nacional que era de 95% das crianças até 1 ano de idade. Acendeu-se, portanto, “sinal vermelho” para essa doença.
Na mesma situação, só que agora para a febre amarela, os municípios de Jutaí e Manacapuru também aparecerem no painel de cobertura vacinal com “sinal vermelho”: 24,1% e 31,49%, respectivamente, da meta de 95% das crianças de 1 ano de idade.
Capital Manaus
Já a capital Manaus, com a maior população do Amazonas, está nos níveis altos de cobertura (sinal verde – igual ou acima da meta) nas seguintes vacinas: BCG (134,12%), hepatite B (132,98%), pneumo 10 (98,82), DTP-1º reforço (95,37%), pneumo 10-1º reforço (100,39%), tríplice viral 1ª dose (102,07%) e pólio oral bivalente (96,47%).
Por outro lado, Manaus recebe o “selo amarelo”, com relativa baixa meta na vacinação de febre amarela (71,97% da meta) e laranja para a cobertura de varicela (67,29%).
Mesmo com a dificuldade de fornecimento, o Ministério da Saúde diz que garantiu estoque da vacina varicela para atendimento de situações de surto e todos os pedidos foram atendidos pela pasta: mais de 1,7 milhão de doses em 2024.
Resolução do problema
O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Edder Gatti, disse que eventuais problemas serão resolvidos com novos fornecedores.
“Garantimos o abastecimento inclusive da varicela, que enfrentava pendências, superando um problema em função de fornecedores. Hoje, contamos com três fornecedores para a vacina, assegurando a normalização ao longo do primeiro semestre de 2025”.
Em 2023, o Ministério da Saúde retirou o sigilo dos estoques e dos descartes de vacinas e outros insumos. Mais de 12,3 milhões de doses de vacinas que seriam perdidas foram usadas e, com isso, evitou-se um desperdício de quase R$ 252 milhões.
Plano 2025
Em 2024, a pasta anunciou mais de R$ 7 bilhões dentro do plano de vacina para 2025, sem contar eventuais novas incorporações. O orçamento permite a compra de pelo menos 260 milhões de doses, garantindo o abastecimento em todo o país.
“Conseguimos vacinar mais pessoas em 2023 do que nos quatro anos anteriores, graças a um esforço conjunto e integrado. Chegar até as comunidades mais isoladas, por meio da operação Gota, por exemplo, foi essencial para atingirmos essa meta e garantir a proteção de todas as crianças e comunidades”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Com informações do Ministério da Saúde.
Foto: Lucas Silva/Secom