Coronavírus no AM não está sob controle, alerta pesquisador da USP

Em entrevista ao El País, ele diz que no Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro há uma tendência de arrefecimento, mas não um controle da epidemia

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 29/07/2020 às 04:00 | Atualizado em: 28/07/2020 às 19:33

Embora tenha registrado quedas constantes nos números de infecção e morte, o Amazonas ainda não controlou a pandemia do coronavírus.

A opinião é do pesquisador Domingos Alves, responsável pelo LIS (Laboratório de Inteligência em Saúde) da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Em entrevista ao El País, ele diz que no Amazonas, Ceará e Rio de Janeiro há uma tendência de arrefecimento, mas não um controle da epidemia.

 

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“Desde o início da crise, faltam políticas para quebrar a cadeia de transmissão. Acredito que a queda é resultado de um certo esgotamento dessa rede de contágio do vírus e dos leitos de UTI que foram abertos”, analisou.

Para ele, não é possível afirmar que a crise está sob controle. “Isso porque, por um lado, o avanço gradual nos planos de relaxamento da quarentena para retomar as atividades pode influenciar em um novo aumento de contágios”, alertou o pesquisador.

Domingos Alves diz ainda que há mudança de comportamento a partir de julho, com o vírus desacelerando nas capitais e ganhando força nas cidades do interior, que historicamente dependem da estrutura hospitalar metropolitana.

“Isso deve impactar nas estatísticas estaduais e na capacidade de assistência aos infectados, ainda que a situação geral pareça estável”, explicou.

 

Dados no AM

 

O laboratório da USP faz monitoramento diário da média móvel do número de novos casos e óbitos pelos estados.

Pelos gráficos, o estado iniciou em abril uma forte escalada nos números de casos e mortes, chegando ao esgotamento com a falta de leitos de UTI.

O pico foi alcançado no final de maio e, em julho, começou a cair.

Nas últimas semanas, o Amazonas tem revelado uma estabilidade com o registro médio entre 15 e 20 mortes por dia.

Do total de números de casos, Manaus concentrou 35,9%, seguida de Coari (7,06%), Manacapuru (3,52%), Parintins (3,46%), São Gabriel da Cachoeira (3,36%) e Tefé (3,31%).

Sobre o número de óbitos, Manaus acumula 61,7%, seguida de Manacapuru (4,19%), Parintins (3.04%), Coari (2,95%), Tefé (2,54%) e Tabatinga (2,42%).

 

Foto: Divulgação/Semcom