COP30: força-tarefa é criada para enfrentar crise de hospedagem

O trabalho da força-tarefa será inicialmente voltado para atender às necessidades de hospedagem dos 72 países

Publicado em: 22/08/2025 às 18:33 | Atualizado em: 22/08/2025 às 18:33

A organização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro em Belém (PA), anunciou nesta sexta-feira (22/8) a criação de uma força-tarefa para enfrentar a crise provocada pelo alto custo e pela limitação na oferta de hospedagens durante o evento. A medida foi confirmada pelo presidente da conferência, embaixador André Correa do Lago, que reforçou a preocupação em garantir a participação de todas as delegações internacionais.

O trabalho da força-tarefa será inicialmente voltado para atender às necessidades de hospedagem dos 72 países que integram os grupos dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS) e dos Países Menos Desenvolvidos (LDCs), considerados mais vulneráveis.

Posteriormente, a iniciativa será ampliada para contemplar as demais delegações.

Segundo o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, até agora 47 delegações confirmaram suas reservas, sendo 39 por meio da plataforma oficial e oito de forma direta com a rede hoteleira ou outras plataformas.

Entre os países que optaram por negociações próprias estão Arábia Saudita, Egito, Espanha, Japão, Noruega, Portugal, República Democrática do Congo e Singapura.

Durante reunião com o Bureau da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), algumas nações solicitaram subsídios do governo brasileiro para cobrir custos de hospedagem.

No entanto, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, descartou essa possibilidade, destacando que não seria viável subsidiar delegações, inclusive de países economicamente mais fortes que o Brasil.

Apesar da polêmica com as acomodações, Belchior garantiu que os demais planos operacionais — envolvendo segurança, saúde e transporte — seguem dentro do cronograma e em sintonia com a ONU.

Ela explicou ainda que o governo contratou transatlânticos para servir como alternativa de hospedagem durante o período oficial da COP30.

Caso as negociações se estendam além do previsto, os participantes que estiverem em navios serão remanejados para hotéis disponíveis.

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A expectativa da organização é que, após os encontros bilaterais com os países interessados, o processo de reservas seja destravado, garantindo assim a plena participação das 190 delegações previstas para o evento. Além disso, ajustes imediatos na plataforma oficial de reservas, como a possibilidade de blocos menores de diárias, devem contribuir para ampliar a oferta e atender melhor à demanda.

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil