COP-30: maior parque de bioeconomia florestal do Brasil vai ser no Pará
Previsto para outubro, o parque em Belém vai reunir ciência, inovação e saberes tradicionais para impulsionar a bioeconomia da Amazônia.

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/04/2025 às 10:12 | Atualizado em: 08/04/2025 às 10:15
Em outubro, Belém inaugurará o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, o maior complexo de inovação em bioeconomia florestal do Brasil. Localizado nos Armazéns 5 e 6 do Porto Futuro 2, no centro histórico da capital paraense, o espaço já concluiu 70% das obras.
A iniciativa integra os legados estruturantes da COP30 e pretende transformar a cidade em referência global em desenvolvimento sustentável, ciência e tecnologia.
O projeto coloca a sociobiodiversidade amazônica no centro da inovação. Ao reunir infraestrutura de ponta, o parque vai apoiar mais de 200 startups, negócios comunitários e indústrias criativas. Além disso, vai impulsionar a revitalização da área portuária e implementar, de forma concreta, o Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), que promove a inclusão produtiva e valoriza os saberes tradicionais.
Estrutura do Parque
O parque se organiza em dois setores principais:
No Armazém 5, o Centro de Negócios abrigará coworkings, incubadoras, aceleradoras e fundos de investimento. Também oferecerá um Centro de Sociobioeconomia, que conectará demandas e soluções para negócios comunitários sustentáveis. O espaço ainda incluirá showroom de produtos florestais, auditório, módulos flexíveis e um balcão único de serviços especializados.
No Armazém 6, o Laboratório-Fábrica permitirá que empreendedores desenvolvam produtos com base na biodiversidade amazônica. O local contará com laboratórios de cosméticos, alimentos e química fina, além de linhas-piloto que utilizam tecnologias como extração com CO2 supercrítico, voltadas para a produção de fármacos e cosméticos.
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Gestão do Parque
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará será responsável por coordenar os comitês de acompanhamento do Parque de Bioeconomia. Esses comitês vão articular os diferentes setores envolvidos no projeto. Ao mesmo tempo, uma Organização Social (OS) assumirá a gestão direta do espaço. O objetivo é garantir eficiência nas operações e alinhar as ações aos propósitos estratégicos do parque.
Para assegurar a sustentabilidade financeira, o governo estadual adotará um modelo de operação híbrido. Além disso, esse modelo vai reunir diferentes fontes de receita. Entre elas estão: patrocínios, aluguel de espaços comerciais, locação de salas compartilhadas, prestação de serviços em pesquisa e desenvolvimento, produção piloto no Laboratório-Fábrica e organização de eventos temáticos. Com isso, o parque poderá manter suas atividades de forma contínua e autônoma.
O que diz o governador
Segundo o governador Helder Barbalho, o projeto representa um avanço estratégico para o Pará. Ele afirma que o estado está assumindo um papel de liderança. A proposta une inovação tecnológica, inclusão produtiva e valorização dos saberes ancestrais.
Para ele, o parque prova que é possível desenvolver a economia e, ao mesmo tempo, preservar a floresta. Também fortalece o protagonismo das comunidades locais.
Além disso, Camille Bemerguy, secretária adjunta de Bioeconomia, reforça a importância do projeto. Ela afirma que o parque não apenas articula ciência e tecnologia. Ele também valoriza os conhecimentos tradicionais como elementos essenciais para o futuro da bioeconomia na Amazônia.
Na sua visão, o parque vai fortalecer cadeias produtivas sustentáveis e regenerativas. Essas cadeias respeitam os territórios, protegem a floresta em pé e promovem o bem viver dos povos indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares.
Por fim, o Parque de Bioeconomia atuará como um hub de inovação colaborativa. Ele vai aproximar universidades, centros de pesquisa, lideranças comunitárias e empreendedores.
Ao fomentar trocas de saberes, estimular a criatividade e apoiar soluções locais, o parque responde de forma concreta aos desafios globais: proteger a natureza e construir uma economia inclusiva, resiliente e enraizada na floresta viva, geração de renda e promoção de um modelo econômico mais justo, inclusivo e resiliente — baseado na floresta em pé e na potência dos saberes locais de Bioeconomia será, acima de tudo, um espaço de aprendizado coletivo, intercâmbio de saberes e fortalecimento das cadeias de valor amazônicas.
Com isso, responde a uma demanda urgente: proteger a natureza enquanto promove um crescimento econômico mais inclusivo, resiliente e enraizado nos territórios.
Para mais informações sobre o Parque, acesse Metrópoles
Foto: Raoni Figueiredo/Agência Pará