Bruno e Dom: último preso é suspeito também na morte de Maxciel, em 2019

Na época em que esteve preso em 2022, Jânio chegou dar depoimento na nona sessão da audiência de instrução e julgamento do caso Bruno e Dom

Ferreira Gabriel

Publicado em: 22/01/2024 às 17:16 | Atualizado em: 22/01/2024 às 17:17

Braço direito do mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, Jânio de Freitas aparece em uma outra investigação da PF.

Ele é envolvido com o assassinato de Maxciel Pereira dos Santos, agente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) executado por um pistoleiro em 2019, em Tabatinga. A cidade fica próxima a Atalaia do Norte.

Na época em que esteve preso em 2022, Jânio chegou dar depoimento na nona sessão da audiência de instrução e julgamento do caso Bruno e Dom.

Ele contou que no dia da morte de Bruno e Dom, o indigenista afirmou que mandaria a Polícia Federal prender os pescadores ilegais que estavam invadindo lagos de manejo das comunidades ribeirinhas.

Porém, as investigações da Polícia Federal identificaram que Jânio agia além da pesca ilegal, ele é braço direto e de confiança de “Colômbia”, que ordenou a morte do indigenista Bruno Pereira, que comandava uma série de apreensões de carregamentos de peixes capturados de áreas indígenas.

Ainda segundo as investigações, o jornalista Dom Phillips foi morto porque acompanhava o indigenista.

Prisão de Jânio Freitas

A prisão preventiva de Jânio Freitas aconteceu na última quinta-feira (18), em Tabatinga, interior do Amazonas. Com a prisão dele todos os investigados no caso Bruno e Dom foram presos.

Segundo a PF, Jânio chegou a ser preso por pesca ilegal, no dia 5 de agosto de 2022, um mês após os assassinatos de Bruno e Dom. Há três meses o suspeito respondia pelo crime em liberdade.

O pedido de prisão de Jânio foi feito após a PF identificar que ele estava coagindo testemunhas do caso e estar interferindo no andamento do processo contra ele e “Colômbia”.

Em setembro de 2022, dois meses depois dos crimes, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou que o pescador era funcionário temporário da Prefeitura de Secretaria de Interior de Atalaia do Norte, onde ocupava a função de auxiliar de serviços gerais.

De acordo com a entidade, que investiga crimes contra jornalistas, mesmo preso, Jânio continuava recebendo salário da prefeitura. Ainda segundo a reportagem, em julho daquele ano, o pescador recebeu salário de R$ 1.212,00.

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