Brasileiros deportados dos EUA falam sobre agressões e humilhações
Vários homens brasileiros que estavam no voo relataram que foram agredidos durante todo percurso

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 26/01/2025 às 09:19 | Atualizado em: 26/01/2025 às 09:19
Os primeiros brasileiros deportados dos Estados Unidos, depois da posse de Donald Trump como presidente, relataram experiências da viagem de retorno, com agressividade dos agentes de imigração.
Ao pousarem na noite deste sábado (25) no aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, ele contaram as condições desumanas durante todo processo de deportação, e até mesmo problemas com o avião.
Conforme a reportagem do g1, vários homens brasileiros que estavam no voo relataram que foram agredidos durante todo percurso, com empurrões, tapas, murros e que também foram agredidos com as próprias algemas. Segundo eles, apenas mulheres, crianças e os pais que estavam com crianças foram poupados.
Sandra Pereira de Souza, de 36 anos, o marido Alisdete Gonçalves dos Santos, de 49, e os dois filhos pequenos estavam entre os passageiros. Ela contou que viveu momentos tensos, desde o tratamento que receberam até a falta de estrutura do avião.
“Um inferno, uma tortura desde que saímos da Louisiana. Deu para perceber que o avião tinha algum problema. Acho que foi uma falta de compromisso deles com os seres humanos, a gente estava morrendo de medo de morrer”.
Ela relatou que eles caíram em um tipo de armadilha, saíram de casa acreditando que iriam para uma reunião com a imigração, mas não retornaram. Levando apenas os pertences que tinham em mãos e nem ao menos tiveram tempo de pegar uma fralda para o filho.
Sendo assim, entre os 88 brasileiros, vários foram algemados pelos agentes de imigração dos Estados Unidos.
Dessa forma, durante o voo de Manaus para Belo Horizonte, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou a retirada das correntes e solicitou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para eles completassem a viagem com dignidade e segurança.
Por exemplo, o brasileiro Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, contou que ele e outros passageiros foram algemados, agredidos e ameaçados.
“Foi terrível, vim preso nos braços, nas pernas e na cintura, eles não respeitaram a gente. Bateram em nós. Disseram que iam deixar derrubar o avião e que o nosso governo não era de nada”,
relatou.
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Fotomontagem: vídeo