BR-319: Marina deixa sessão no Senado em confusão com Amazonas

Ministra se retira após insultos e recusa de pedido de desculpas.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 27/05/2025 às 12:27 | Atualizado em: 27/05/2025 às 13:01

A presença de Marina Silva no Senado terminou em confusão nesta terça-feira, 27 de maio. Logo no início do debate sobre a BR-319, estrada que liga Porto Velho a Manaus, senadores a criticaram duramente. Diante dos embates, a ministra deixou a sessão após confrontos com Plínio Valério (PSDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM) e Marcos Rogério (PL-RO).

Plínio afirmou: “A mulher merece respeito, a ministra, não”.

Marina respondeu no ato: “O senhor que disse que queria me enforcar”. E completou: “Se não me pede desculpa, eu vou me retirar”. Plínio não recuou.

Logo após, a ministra se levantou e deixou a comissão. “Eu não fui convidada por ser mulher”, declarou ao sair. O senador tentou justificar: “Não tenho nada contra mulher”.

Antes disso, porém, Aziz já havia acusado Marina de travar o desenvolvimento do país:

“A senhora atrapalha o desenvolvimento do país. Lhe digo isso com a maior naturalidade do mundo.”

E, em tom de deboche, completou:

“Tem mais de 5 mil obras paradas por causa dessa conversinha ‘governança’, nhe nhe nhe.”

Em resposta, Marina rebateu, argumentando que o problema é ignorar estudos ambientais sérios:

“Desde o processo em que vem se discutindo a estrada, a primeira coisa que tem é uma corrida de grilarem.”

Além disso, ela defendeu uma avaliação estratégica e criticou a demora do governo anterior em resolver o impasse.

Quando interrompida por Marcos Rogério, a ministra reagiu: “O senhor gostaria que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou.” Por sua vez, ele retrucou: “Me respeite, ministra. Se ponha no teu lugar.”

Para piorar a situação, Marina ainda foi criticada pela falta de apoio governamental, já que dois terços dos votos a favor das mudanças no licenciamento ambiental vieram da base aliada.

Apesar dos conflitos, Lula já sinalizou apoio à recuperação da BR-319, embora com exigências ambientais.

Leia na íntegra em O Globo.

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Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil