Avião E-99, da FAB, constata e destrói 94% do garimpo na terra ianomâmi
Com tecnologia de ponta, a aeronave é capaz de identificar rotas e pilotos do garimpo ilegal, desmontar a logística de voo e provocar uma redução histórica da atividade na região

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 29/05/2025 às 17:09 | Atualizado em: 29/05/2025 às 17:09
O governo federal divulgou que o combate ao garimpo na terra indígena ianomâmi, localizada nos estados do Amazonas e Roraima, tem um aliado de peso. Trata-se da aeronave E-99 (foto), o avião-radar da Força Aérea Brasileira (FAB).
Com tecnologia de ponta, a aeronave é capaz de identificar rotas e pilotos do garimpo ilegal, desmontar a logística de voo e provocar uma redução histórica de 94% da atividade na região.
“A presença do E-99 é uma atividade extremamente importante de inteligência. É o único equipamento capaz de detectar aeronaves voando a baixa altura que escapam dos radares convencionais”, explica o tenente-brigadeiro do ar Alcides Teixeira Barbacovi.
O novo chefe do Comando de Operações Aeroespaciais (Comae) diz que o E-99 consegue identificar rotas clandestinas e direcionar caças A-29 para interceptar, interrogar e, se necessário, obrigar o pouso de aeronaves suspeitas.
O sistema permite à FAB identificar movimentações suspeitas em solo ou em baixa altitude, mesmo quando as aeronaves tentam operar abaixo da cobertura dos radares convencionais.
“O que está acontecendo na Terra Indígena Ianomâmi é uma ação do estado necessária, e a Força Aérea se faz presente”, afirma Barbacovi.

“Estamos empregando os melhores equipamentos para voar de dia e de noite, em defesa da segurança dos brasileiros indígenas que vivem naquele território. A FAB precisa e deve estar onde o Brasil precisar. Temos certeza de que nossas ações conjuntas continuarão a atingir excelentes resultados em prol da extinção do garimpo ilegal”, diz.
Destruição
De acordo com um balanço apresentado pelo governo, desde o início da operação de desintrusão, já foram destruídas 55 pistas de pouso clandestinas e 27 aeronaves ilegais foram inutilizadas e outras 7 apreendidas.
“Mais de 1.235 aeronaves foram fiscalizadas. Essas ações representam o corte do cordão umbilical do garimpo ilegal: sem aviões, não há comida, combustível ou escoamento de minério”, diz.
Leia mais
Ianomâmis: militares distribuem 12 mil cestas básicas na terra no AM e RR
Foto: divulgação