Execução de artista venezuelana se arrasta há um ano na Justiça do AM

Assassinato de Julieta Hernández, artista venezuelana, continua sem desfecho judicial. Novas audiências buscam esclarecer crime brutal ocorrido em 2023.

Diamantino Junior

Publicado em: 03/12/2024 às 21:28 | Atualizado em: 03/12/2024 às 21:28

O caso Julieta Hernández, artista venezuelana brutalmente assassinada no Amazonas em dezembro de 2023, segue sem desfecho na Justiça. Nesta terça-feira (3/12), foi realizada a segunda audiência de instrução no município de Presidente Figueiredo (107 quilômetros de Manaus). Durante a sessão, cinco testemunhas foram ouvidas, mas a ausência de uma sexta testemunha resultou no adiamento para uma nova data ainda não definida.

Crime marcado por crueldade

Julieta, que integrava o grupo de artistas e cicloviajantes “Pé Vermêi”, desapareceu em 23 de dezembro enquanto fazia uma viagem de bicicleta. Dias depois, seu corpo foi encontrado em janeiro deste ano, próximo ao refúgio onde estava hospedada. A investigação aponta que Julieta foi assassinada por Thiago e Deliomara, um casal que entrou em contradições nos depoimentos.

Conforme a polícia, Thiago tentou roubar o celular da vítima enquanto ela dormia. Após uma luta corporal, ele a imobilizou com a ajuda da esposa. O crime escalou para agressão sexual e, posteriormente, um ataque cruel com fogo, seguido de estrangulamento e ocultação do corpo.

Feminicídio ou latrocínio?

Um ponto central do julgamento é a classificação do crime. A defesa da artista busca reclassificá-lo como feminicídio, sustentando que o assassinato envolveu violência de gênero. Novos indícios apresentados por testemunhas reforçam essa tese, mas o juiz decidiu manter a acusação de latrocínio, por enquanto.

Longa espera por justiça

A lentidão no andamento do processo tem sido marcada por adiamentos. A primeira audiência, realizada em agosto, foi suspensa devido à falta de um documento essencial. Agora, quase um ano após o assassinato, a espera por justiça continua, deixando a comunidade artística e a família de Julieta indignadas com a demora em resolver um caso tão emblemático de violência.

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O caso reflete não apenas a gravidade do crime, mas também as dificuldades enfrentadas pelo sistema judicial no interior do Amazonas.

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Foto: Juliana Balsalobre/arquivo pessoal