PF faz busca e apreensão contra suspeitos do plano de corrupção em Parintins

Conforme a polícia, trata-se da operação Tupinambarana Liberta, com 50 agentes que cumprem os cinco mandados judiciais

Parintins

Aguinaldo Rodrigues, da Redação do BNC Amazonas*

Publicado em: 03/10/2024 às 08:23 | Atualizado em: 04/10/2024 às 20:11

As casas em Manaus dos ex-secretários Fabrício Rogério Barbosa e Marcos Apolo Muniz, do ex-diretor-presidente da Cosama Armando do Vale, do ex-comandante da Rocam/Polícia Militar, tenente-coronel Jackson Santos, e do capitão Guilherme Navarro Martins foram os alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na manhã deste dia 3 de outubro.

Conforme a polícia, trata-se da operação Tupinambarana Liberta, com 50 agentes que cumprem os cinco mandados judiciais.

Os crimes investigados são:

  • Associação criminosa,
  • Corrupção eleitoral,
  • Abolição do estado democrático de direito,
  • Violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral.

O comando da operação afirmou que o objetivo é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos do Governo do Amazonas. Estes agiram em conluio para praticar crimes eleitorais para favorecer a candidata do partido do governador do estado na disputa pela Prefeitura de Parintins.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas do governo, inclusive, de forças policiais para beneficiar a candidata Brena Dianá, do partido União Brasil.

Além dos mandados de busca, a Justiça eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato entre eles e com coligações partidárias.

Como resultado dessa atuação criminosa, a Polícia Federal providenciou o aumento do efetivo policial no município para garantir a segurança e a liberdade da população para votar livremente.

Leia mais

Armando do Vale é alvo da PF em Manaus pelo esquema na eleição de Parintins

PF amanhece nos endereços de envolvidos no caso eleitoral de Parintins

O que está sendo investigado

Segundo a Polícia Federal, a investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal em 16 de setembro deste ano.

Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.

Aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins, a de Brena Dianá.

As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal. 

Neste final de semana, a mídia publicou vídeos que demonstram autoridades públicas articulando para influenciar diretamente nas eleições da cidade de Parintins, mediante diversas condutas escusas e formas ilegais de atuação.

A operação conta com o apoio da corregedoria da Polícia Militar do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.

O nome da operação decorre do termo utilizado no Amazonas sobre a cidade de Parintins, chamada de ilha Tupinambarana.

*Com informações da Polícia Federal.

Fotos: PF/divulgação