Amazônia: seca ameaça a pesca do pirarucu

A temporada de pesca do pirarucu, o maior peixe de escama de água doce do mundo e habitante da Amazônia, chega ao fim de um jeito anormal.

Amazônia: seca ameaça a pesca do pirarucu

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 11/02/2025 às 06:36 | Atualizado em: 11/02/2025 às 06:36

Nunca os pescadores tiveram que estender a pesca do pirarucu até meados de fevereiro e, ainda assim, retornarem com um carregamento abaixo do esperado. Motivo: a seca na Amazônia.

Como resultado, a temporada de pesca do pirarucu, o maior peixe de escama de água doce do mundo e habitante da Amazônia, chega ao fim de um jeito anormal.

Comunidades ribeirinhas ajudaram a salvar a espécie, mas agora enfrentam dificuldades para capturar o maior peixe de escama de água doce do mundo e habitante da Amazônia. Como informa a IstoÉ.

Por exemplo, o grupo de Raimundo Queiroz passou dois longos períodos nas águas tentando fisgar os mil peixes que tinha autorização para pescar, mas não conseguiu.

Assim, eles voltaram para casa, em Alvarães, Amazonas, com 911, e com a preocupação do que virá pela frente.

“A seca foi muito grande e quando o rio começou a encher foi de uma vez. A gente lutou muito, mas não conseguiu pescar toda a nossa cota”, diz Queiroz à DW, presidente da Colônia de Pescadores de Alvarães, que ajuda a garantir renda para quase 200 famílias da região, no médio curso do rio Solimões.

Nesse sentido, faz 25 anos que a relação dos ribeirinhos com o gigante da Amazônia precisou mudar, e Queiroz foi um dos que incentivaram a adaptação.

Sobretudo, por causa da captura desenfreada no passado, o pirarucu entrou em risco de extinção e teve a pesca proibida.

Dessa maneira, só depois de muita ciência aplicada e cooperação, o peixe voltou a ser visto nos lagos amazônicos.

“Foi muito difícil, mas a gente entendeu que precisava fazer a preservação para que tivesse sempre peixe para trabalhar. O pirarucu voltou, mas agora a gente enfrenta um novo problema”, afirma Queiroz.

Dessa forma, nos últimos dois anos, foi a água que faltou. A seca na Amazônia, onde está a maior bacia hidrográfica do planeta, foi extrema e levou alguns rios aos menores níveis já registrados.

Assim sendo, a história de sucesso que salvou o pirarucu precisa de novo se adaptar a um novo cenário.

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Foto: divulgação/ Sepror