Amazônia: estradas já afetam 41% da região e aumentam pressão sobre a floresta
O alerta é do Imazon. O estudo utilizou inteligência artificial para identificar 3,46 milhões de quilômetros de vias na região.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 06/03/2025 às 17:26 | Atualizado em: 06/03/2025 às 17:26
Estradas já cortam ou estão a menos de 10 km de 41% da área florestal da Amazônia no Brasil, conforme o levantamento, publicado na revista científica internacional Remote Sensing.
O mapeamento inédito foi realizado pelo Instituo do Homem e do Meio Ambiente (Imazon). Como informa o site Um Só Planeta/Globo.
Segundo a publicação, o estudo utilizou inteligência artificial para identificar 3,46 milhões de quilômetros de vias na região.
Ao mesmo tempo, a pesquisa também analisou a localização dessas estradas, apontando que 67% estão em propriedades privadas e assentamentos, enquanto 33% se encontram em terras públicas.
Como resultado, dentro deste último grupo, as áreas “não destinadas” concentram 854 mil quilômetros de estradas.
Ou seja, representando 25% do total mapeado, o que indica grande pressão por crimes ambientais como desmatamento, extração ilegal de madeira e grilagem de terras.
Assim, no caso das áreas protegidas, o estudo identificou 280 mil quilômetros de estradas, sendo 184 mil em unidades de conservação e 91 mil em terras indígenas.
Com isso, os pesquisadores alertam que a presença de estradas nessas regiões eleva significativamente os riscos de degradação ambiental e pressão sobre os povos tradicionais.
Por exemplo, Carlos Souza Jr., coordenador da pesquisa, reforça a importância do monitoramento das estradas para conter o desmatamento.
“Estudos anteriores já indicavam que 95% do desmatamento na Amazônia ocorre em um raio de 5,5 km das estradas e que 85% das queimadas estão a menos de 5 km dessas vias”, explica ao Imazon.
O estudo também destaca que a maior concentração de estradas está no “arco do desmatamento”, que abrange Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e parte do Pará.
No entanto, o crescimento da malha viária foi observado também em novas frentes de desmatamento, como o sul do Amazonas e o oeste do Pará.
Leia mais em Um Só Planeta/Globo.
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