Amazônia: boto ignora risco e nada com gigante jacaré-açu

Em vídeo registrado pelo biomédico Jhonatha Barros, de 40 anos, dois botos parecem brincar com a cauda de um jacaré-açu de cerca de 5 metros no rio Itapará, em Rorainópolis, Sul de Roraima.

De acordo com publicação do g1, no vídeo, é possível ver os dois botos da espécie Inia geoffroensis se aproximando de um jacaré-açu.

Os mamíferos não demonstrar qualquer sinal de intimidação diante da presença desse imponente predador das águas amazônicas.

Um dos botos parece se divertir com o movimento da cauda do jacaré enquanto ele nada. Enquanto o outro acompanha o amigo “corajoso” de perto — que chega a “beliscar” o rabo do réptil.

O registro foi feito no dia 1º de novembro pelo biomédico, mas só foi divulgado na última sexta-feira (22).

Como resultado, o vídeo então foi publicado em diversas paginas e sites que, somando, já ultrapassou 700 mil visualizações.

Dessa forma, toda a brincadeira dos botos foi filmada por Jhonatha. Ele é de Tocantins e foi até o rio roraimense para passar uma semana pescando. Ele só não esperava que iria se deparar com a cena.

Segundo ele, havia cerca de seis botos no grupo — mas, pelo visto, só dois tiveram coragem de se aproximar da maior espécie de jacaré do Brasil.

“No último dia, fizemos uma pescaria diferente, focada em peixes de couro. Paramos para pegar iscas vivas e aproveitei para usar o drone. Foi então que eu flagrei essa cena”, contou o biomédico.

Para dois biólogos pesquisadores: Eduardo Bessa, especialista em comportamento animal e professor da Faculdade de Planaltina da UnB, e Reuber Brandão, também biólogo e professor da mesma instituição, trata-se de uma brincadeira dos mamíferos aquáticos, mas destacaram que o comportamento se assemelha mais a uma espécie de “bullying”.

“Tudo indica que os botos estavam tentando brincar com o rabo do jacaré. Botos são muito sociáveis e inteligentes. No caso observado, o comportamento parecia ser uma brincadeira, algo que poderia até ser descrito como um ‘bullying’, já que apenas o boto parecia se divertir. Ele provavelmente estava treinando suas habilidades de perseguição e espreita, possivelmente por ser um indivíduo jovem”, explicou o professor Eduardo Bessa.

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Foto: reprodução/vídeo