Amazonas leva fotografia e reportagem do prêmio Megafone de Ativismo
Estado lidera Prêmio Megafone 2025 com vitórias e oito finalistas em ativismo criativo e cidadania.

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 10/05/2025 às 08:55 | Atualizado em: 10/05/2025 às 08:55
O estado do Amazonas saiu vencedor em duas categorias do prêmio Megafone de Ativismo em 2025.
A fotografia “Queimadas no interior do Amazonas”, de Carolina Costa, da revista Cenarium, ganhou o troféu da categoria, assim como a jornalista Nicoly Ambrósio, do portal Amazônia Real, levou o megafone de Reportagem de Mídia Independente.
No entanto, o Amazonas é o estado com o maior número de finalistas na quarta edição do prêmio Megafone de Ativismo.
Esse prêmio é o único no Brasil voltado exclusivamente a reconhecer ações criativas, pacíficas e transformadoras em defesa de direitos humanos, justiça socioambiental e democracia.
O estado, que enfrenta graves desafios ligados à crise climática e à defesa dos povos originários, emplacou oito indicações, superando São Paulo (7) e Pará (6).
Entre os finalistas amazonenses estão fotógrafos, comunicadores, artistas e coletivos que colocam suas vozes e imagens a serviço das lutas que marcam a região.
As indicações reforçam o protagonismo da sociedade civil do Amazonas nas pautas mais urgentes do país, como a proteção da Amazônia, o enfrentamento da seca histórica e a denúncia das violações sofridas pelas populações tradicionais.
Dessa forma, os destaques do Amazonas no Prêmio Megafone 2025 foram os seguintes:
• Fotografia
Carolina Costa, de Lábrea, venceu a categoria por sua cobertura fotográfica sobre os efeitos das queimadas na vida de moradores da fronteira agrícola.

Bruno Kelly foi indicado finalista por registrar a primeira expedição de monitoramento de botos-vermelhos no Lago Tefé, iniciativa do Instituto Mamirauá para estudar os impactos das mudanças climáticas sobre essa espécie ameaçada.

Já Michael Dantas também concorreu por imagens que documentam a seca recorde no rio Solimões, publicadas nas redes da Casa Ninja Amazônia.

• Arte de Rua
O coletivo Arte Ocupa, de Manaus, se destacou com o projeto Colore Mossoró, que levou cor, arte e transformação social ao bairro Mossoró, por meio da participação ativa da comunidade.
• Jovem Ativista
Vitória Pinheiro, jovem negra e trans da periferia de Manaus, fundadora do Palmares Lab, foi finalista por sua atuação na interseção entre meio ambiente, tecnologia e direitos humanos.
• Perfil de rede social
A criadora de conteúdo digital e influenciadora Rita de Cássia, também de Manaus, foi finalista pelo impacto de suas postagens engajadas e sensíveis sobre temas sociais urgentes.
• Cartaz em manifestação
Um cartaz exibido em Manaus, durante manifestação contra a escala de trabalho 6×1, também esteve entre os indicados, chamando atenção para os direitos dos trabalhadores. Em sua quarta edição, o Prêmio Megafone mostra como o engajamento cívico está cada vez mais disseminado em várias regiões, lançando luzes sobre as mais diversas causas e lutas por direitos.

Fortalecimento do ativismo
Segundo Digo Amazonas, um dos coordenadores do prêmio, ao longo destas quatro edições, foi possível perceber o fortalecimento do ativismo no Brasil, o que é um termômetro da resiliência da democracia.
“Além do reconhecimento ao trabalho de personalidades já conhecidas na militância, o que temos cada vez mais é o reconhecimento de pessoas comuns. Recebemos centenas de inscrições de pessoas, coletivos e organizações locais, com ações criativas e que fizeram a diferença na luta, comprovando como o ativismo está cada vez mais disseminado em nossa sociedade”, disse o coordenador.
A edição deste ano do Prêmio Megafone recebeu inscrições de todos os estados brasileiros. No total, houve finalistas de 18 estados e do Distrito Federal, representando 70% das unidades federativas do país. Os temas abordados vão desde meio ambiente, saúde e direitos indígenas até juventude, moradia e mobilidade urbana.
Anúncio dos premiados
Os premiados estão sendo anunciados nas redes sociais do Prêmio Megafone (@megafoneativismo), apresentados pelo comunicador indígena paraense José Katé (@zenarede).
Além do reconhecimento público, os premiados recebem um troféu exclusivo criado pelo artivista Mundano e um megafone customizado entregue pelo correio.
Prêmio Megafone de Ativismo
Criado em 2021, o Prêmio Megafone busca valorizar e amplificar as vozes de quem atua na linha de frente das transformações sociais no Brasil. Mais que premiar, a iniciativa quer inspirar novas formas de engajamento e mostrar que o ativismo é essencial para o fortalecimento da democracia. Em sua quarta edição, recebeu centenas de inscrições de pessoas, coletivos e organizações de todos os estados do Brasil.
A seleção dos finalistas reflete a diversidade geográfica e temática do ativismo brasileiro, com causas que incluem direitos ambientais, raciais, de gênero, urbanos, indígenas, LGBTQIA+, entre outros.
Mais informações: megafoneativismo.org
Fotos: Carolina Costa, Bruno Kelly e Michael Dantas