Além da maior seca, rio Negro fica abaixo de 13 m, inédito em 120 anos
Conforme pesquisadora, ainda vai levar tempo para o nÃvel do rio Negro se estabilizar em Manaus

Publicado em: 23/10/2023 Ã s 16:57 | Atualizado em: 23/10/2023 Ã s 17:18
Além da pior seca em 120 anos, o rio Negro continua descendo em Manaus e, nesse domingo (22), chegou a registrar o nÃvel das águas abaixo dos 13 metros no Porto de Manaus, onde a medição é feita diariamente.
No domingo, o rio Negro baixou para 12,99 metros. Nesta segunda-feira (23), o nÃvel caiu para 12,89. É a primeira vez, em 121 de medição, que o nÃvel das águas chega à casa dos 12 metros.
O rio Negro registrou a maior seca da história há uma semana, no dia 16 de outubro, atingir 13,59.
Nos dias seguintes, as águas continuaram baixando em ritmo mais lento, em média, até 10 centÃmetros por dia.
De acordo com Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), o nÃvel do rio Negro deve continuar baixando em Manaus, embora a estiagem já tenha encerrado na calha do Rio Solimões.
Influenciado pelas águas do rio Solimões, o rio Negro depende da subida das águas no Peru e na trÃplice fronteira, onde está situada a cidade de Tabatinga.
“Há uma estabilidade nesse processo de subida, desde a região que alimenta o Solimões, como é o caso dos Andes e das estações monitoradas no Peru. [Elas] apresentam o mesmo comportamento. Devido à s chuvas isoladas na região”, disse Jussara.
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No entanto, conforme a especialista, “para que a gente saia deste cenário de estiagem e passe à estabilidade, e o processo de subida, que seria o inÃcio da cheia, precisamos também de chuvas distribuÃdas ao longo da bacia e isso ainda não aconteceu”.
Segundo análises da pesquisadora, ainda vai levar tempo para o nÃvel do rio Negro se estabilizar em Manaus.
Dessa maneira, os efeitos da estiagem são mais visÃveis na orla de Manaus.
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Foto: William Duarte/Rede Amazônica