Afastamentos por transtornos mentais crescem no Amazonas em 2024

Levantamento do Ministério da Previdência Social revela que ansiedade lidera os índices.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 10/03/2025 às 15:59 | Atualizado em: 10/03/2025 às 15:59

Em 2024, o Amazonas registrou 2.603 afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social.

A ansiedade foi a principal causa das concessões de benefícios por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença.

Os números se referem a afastamentos e não necessariamente a trabalhadores, já que uma mesma pessoa pode solicitar múltiplas licenças médicas ao longo do ano. Além da ansiedade, também foram registradas concessões por depressão, dependência química e transtorno bipolar.

Apesar de ser uma síndrome associada ao esgotamento profissional, o burnout não apareceu entre as principais causas no estado. Em 2023, contabilizaram-se 4 mil afastamentos por esse motivo no Brasil.

Especialistas apontam que a dificuldade no diagnóstico pode explicar a ausência de registros mais expressivos.

O Amazonas, por exemplo, registrou o segundo maior número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais na região Norte em 2024. No entanto, ficou atrás apenas do Pará, que contabilizou 5.441 concessões, segundo o Ministério da Previdência Social.

Além disso, o Brasil atingiu um recorde no número de afastamentos por transtornos mentais, com a concessão de 472.328 licenças médicas. Isso representa um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.

Com base nos dados do INSS, traçou-se o perfil dos afastados. A maioria é mulher (64%), tem idade média de 41 anos e recebeu diagnóstico de ansiedade e depressão.

Para enfrentar o crescimento dos casos, o governo federal, por sua vez, atualizou a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1). Portanto, a nova norma obriga empresas a adotar medidas para prevenir assédio, sobrecarga e estresse.

A partir de maio, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) intensificará fiscalizações, especialmente em setores de alta pressão.

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A matéria é do G1. Leia na íntegra.

Foto: divulgação