A história da escravidão no rio Amazonas é contada por Severino Neto em livro

Jornalista lança a saga de escravizados na Amazônia neste dia 29, em Manaus.

A história da escravidão no rio Amazonas é contada por Severino Neto em livro

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 28/11/2024 às 17:22 | Atualizado em: 28/11/2024 às 17:22

O jornalista Severino Neto lançará amanhã (29) o livro intitulado ‘Viver, sim. Como escravo, não!’, 16h, na Galeria do Largo (Largo São Sebastião, bairro Centro, na zona sul de Manaus).

Na obra literária, ele conta a história da escravidão no baixo rio Amazonas, bem como afro-brasileiros escravizados, que se rebelam nas senzalas de fazendas de gado e de plantações de cacau.

Com isso, eles fogem e sustentam suas vidas em liberdade acima das “águas bravas” (regiões de cachoeiras) do rio Trombetas. Trata-se da então Província do Grão-Pará, área dos atuais Estados do Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima.

De acordo com o portal Brasil Norte, o projeto do livro foi incentiva pela Lei Paulo Gustavo, sob a gestão do Ministério da Cultura e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas.

“O que me fascinou a escrever o livro foi o fato de os rebelados terem conseguido seus objetivos: fugir e sustentar suas liberdades, durante cerca de 100 anos, até a assinatura da Lei Áurea. Esse é um capítulo singular da história brasileira, porque é uma história de sucesso, daquilo que deu certo para escravos e escravas, que era livrar-se das torturas, humilhações e horas extenuantes de trabalho forçado”, explica o jornalista.

Ele conta ainda que , de acordo com suas pesquisas, para conseguirem sustentar suas vidas libertas, negros e negras, que se refugiaram na calha do rio Trombetas, foram extremamente habilidosos na arte de se relacionar com os povos indígenas que já habitavam o rio e, também, com os “brancos”, principalmente das vilas de Óbidos e Santarém.

“Com os indígenas conseguiram aprimorar as técnicas de sobrevivência na Amazônia. Com parte dos “brancos” das vilas próximas, estreitaram forte relação comercial, principalmente com regatões que subiam o rio, levando utensílios domésticos, tecidos, sal, armas, munições e outros produtos, para trocar por tabaco, breu, castanha, cumaru, cipós, peixes-salgados e outros produtos da floresta”.

De acordo com o jornalista, por volta de 1850 havia na calha do rio Trombetas cerca de 2.000 quilombolas.

Em suma, o livro “Viver, sim. Como escravo, não” é um romance histórico, que traz dados importantes sobre o Norte, com a revelação de fatos importantes e que devem ser enfatizados pela historiografia.

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Foto: reprodução