Inmetro faz testes de eficiência em carros nacionais e importados
Instituto verifica autonomia e consumo, que mostram as montadoras, no programa de etiquetagem veicular

Antonio Paulo
Publicado em: 09/08/2023 às 11:31 | Atualizado em: 09/08/2023 às 12:40
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) iniciou, nesta terça-feira (8), a primeira etapa de testes de eficiência energética de 24 carros nacionais e importados.
Esses testes de autonomia e consumo, que ocorrem em pistas, têm o objetivo de auditar as informações dos fabricantes de automóveis participantes do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV).
Na segunda fase, os ensaios ocorrerão em laboratórios para avaliar o consumo e as emissões de gases na atmosfera.
“Esta é uma etapa em que o Inmetro verifica os dados das montadoras para garantir que a informação na etiqueta corresponda à realidade e permita ao consumidor comparar o consumo entre veículos de uma mesma categoria”, explica o presidente do Inmetro, Márcio André Brito.
Vinte e quatro automóveis, entre modelos à combustão, híbridos e elétricos, entraram na seleção para participar dos ensaios (coast down), que estão acontecendo em Pirapora, Minas Gerais.
Segundo Inmetro, esses ensaios servem para verificar a resistência dos veículos ao movimento.
“Dessa forma, por meio de um GPS, conhecemos tanto a resistência aerodinâmica quanto a do atrito. E para eliminar efeitos do vento, o teste é repetido até cinco vezes em cada direção da pista”, explica Victor Simão, engenheiro responsável pelo programa veicular no Inmetro.
Resultados
De acordo com o Inmetro, os resultados permitem elaborar o gráfico de força resistente à velocidade do carro.
Assim como servem de parâmetro para a calibração dos equipamentos que serão usados na próxima etapa da auditoria, em laboratórios.
Por conta disso, nos laboratórios, os automóveis são submetidos a um procedimento que reproduz a prática diária dos motoristas, em ciclos de cidade e estrada.
Simulações
Ainda têm definições as condições-padrão de aceleração, frenagem, retomada e até mesmo o uso do ar-condicionado.
Além disso, fatores como umidade do ar, ventos, temperatura, altitude e trânsito também entram na simulação e padronizados para garantir que os resultados sejam totalmente comparáveis entre si.
Após o teste, os números são corrigidos por um fator que leva em conta as diferenças entre altitude, subidas e níveis de trânsito, de forma a torná-lo ainda mais próximo da realidade do consumidor na etiqueta nacional de conservação de energia.
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Procedimentos
Os ensaios de coast down têm as seguintes etapas:
Preparação do veículo:
- Apresentação do veículo em condições adequadas para o teste;
- Ele passa por pesagem, calibração dos pneus, checagem da quilometragem, do nível do tanque ou carga da bateria;
- Assim como pela identificação do chassi, pneus, entre outras informações importantes para o ensaio e identificação do automóvel.
Execução do ensaio:
- Condução do veículo até ultrapassar 100 km/h em uma pista reta e com nivelamento;
- Em seguida, entra em ponto morto, permitindo que ele desacelere naturalmente, sem uso dos freios:
- Durante o processo de desaceleração, há a checagem do tempo que o veículo leva para reduzir a velocidade a 90 km/h, 80 km/h, 70 km/h;
- E assim sucessivamente, até chegar a 30 km/h.
Análise de dados:
- Após a coleta de dados durante o ensaio, eles vão para análise a fim de determinar a resistência ao movimento do veículo;
- Essa análise envolve o cálculo da resistência aerodinâmica, que tem causa no arrasto do ar;
- E da resistência ao atrito pela fricção dos pneus no asfalto e nos componentes mecânicos do veículo.
Aplicação dos resultados:
- Os resultados dos testes têm utilidade na calibração dos dinamômetros com uso na etapa seguinte da auditoria, em laboratório.
- Eles também servem para melhorar o projeto do veículo, aperfeiçoar a eficiência do combustível, entre outros.
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Etiquetagem
Assim sendo, o programa brasileiro de etiquetagem veicular (PBEV) tem coordenação do Inmetro e foi criado em 2008. Naquele ano, três fabricantes de 10 modelos de carros aderiram de forma voluntária.
Em 2016, o PBEV teve adesão de todos os fabricantes nacionais e importadores e, hoje, abrange 850 modelos e versões, sendo 80 modelos Elétricos (VE) e 48 Plug-in (VEHP).
O programa classifica os automóveis de A (mais eficiente) a E (menos eficiente).
Em suma, na etiqueta veicular, há informações sobre eficiência energética, consumo, autonomia e emissão de gases de todos os carros de passeio, picapes e utilitários à venda no Brasil.
Foto: divulgação/Inmetro