Grupo de Zé Ricardo quer o petista fora do 2º turno e defende voto nulo

Assediado pela campanha do candidato a prefeito pelo PR, Marcelo Ramos, para que declare voto a ele neste segundo turno, o petista José Ricardo não tem aval das correntes internas da legenda para manifestar preferência entre Marcelo e Arthur Neto (PSDB).

Reunidos na tarde e noite desta segunda-feira, dia 3, a discutir o assunto, seus companheiros, que fazem parte da ala mais radical do PT, vetaram a manifestação do ex-candidato nesta fase da disputa.

A maioria de seus aliados opinou que ele deve ficar de fora, mas houve também a defesa da tese de que o petista participe do pleito, porém pregando o voto nulo.

No entendimento deles, os dois candidatos Marcelo Ramos e Arthur Neto são a negação do discurso de José Ricardo. Arthur, pela incongruência ideológica, e Marcelo, segundo eles, por estar ancorado em políticos que apoiaram o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff e que traíram a petista.

O argumento da traição é atribuído principalmente ao presidente nacional do PR, Alfredo Nascimento, que tirou a sigla do Governo Dilma às vésperas da votação do impeachment na Câmara dos Deputados e votou conta ela, apesar de ter feito parte dos 13 anos dos governos do PT.

A ideia, porém, das correntes que apoiam José Ricardo é mantê-lo imaculado e apostar que, mesmo ilhado, ele continuará crescendo nas próximas eleições.

Apesar dessa orientação, a campanha de Marcelo Ramos não desistiu da hipótese de poder contar com a participação de José Ricardo na campanha do PR, ainda que o PT não declare apoio à sua campanha.

Há inclusive apelo para que o petista apenas diga que votará em Marcelo.

José Ricardo deverá anunciar o rumo que tomará no segundo turno nesta terça-feira, dia 4. Há previsão até que ele faça esse anúncio na sessão da Assembleia Legislativa.

José Ricardo virou alvo de assédio neste segundo turno por causa dos 113.939 votos que recebeu no primeiro turno, que representaram 10,9% do eleitorado.

PT

O PT se reúne no fim da tarde deta terça-feira, dia 3, para discutir o segundo turno. O presidente da legenda, Valdemir Santana, disse que até agora o partido ainda não foi procurado por ninguém e que a sigla só entrará na campanha se for chamado.

O problema é justamente esse. A rejeição ao PT em todo o Brasil e também em Manaus não encoraja nenhuma campanha a se aproximar da sigla neste momento.

Foto: Facebook/José Ricardo