Gestão socioambiental, ferramenta importante na execução de obras
Conforme Marcellus Campelo, em seu artigo semanal, na UGPE do Governo do Amazonas, ferramentas especiais foram criadas com esse foco.

Ednilson Maciel, por Marcellus Campelo*
Publicado em: 08/02/2023 às 11:56 | Atualizado em: 08/02/2023 às 12:36
Prezar pela saúde e bem-estar dos trabalhadores e da comunidade, assim como mitigar impactos ao meio ambiente, é uma obrigação e um zelo que deve merecer total atenção, em especial na construção civil. Treinamento, qualificação das equipes e o cumprimento das normas são essenciais e fazem toda a diferença.
Na Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, ferramentas especiais foram criadas com esse foco. Uma delas é o Sistema de Gestão Socioambiental (SGSA), desenvolvido com o intuito de padronizar todas as atividades executadas, para que estejam em conformidade com a legislação vigente e com as políticas de salvaguarda do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O banco é o órgão financiador do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+).
De um modo geral, o SGSA engloba ações preventivas, corretivas e mitigadoras de controle ambiental, segurança do trabalho e responsabilidade social. Tem como documentos norteadores, além dos princípios normativos legais do país, o Marco da Política Ambiental e Social do BID, lançado em 2020.
Com os procedimentos padronizados, o que se quer alcançar é o uso sustentável dos recursos naturais, a mitigação dos impactos socioambientais, a prevenção a acidentes e doenças ocupacionais e às violências de gênero e todas as formas de assédio, exploração e abusos sexuais. Além disso, fortalecer a participação das comunidades envolvidas nos projetos, evitando problemas adversos nas obras e nos processos de reassentamento, no caso do Prosamin+.
O SGSA sofreu avanços significativos nos últimos anos, que o tornaram uma referência, inclusive para o BID. O sistema saiu de sete para 16 planos e programas, que incluem temas importantes, como gerenciamento e gestão ambiental das obras; gestão dos resíduos; gestão de riscos de desastres naturais; treinamento e capacitação da mão de obra contratada, dentre outros itens.
Ao todo, são 69 procedimentos padronizados, sete deles implantados já a partir do novo Prosamin+. São eles: procedimentos de reassentamentos, de desmobilização de ocupações irregulares, de controle de praga e doenças, mitigação para o acúmulo de lixo em canal fluvial e área de preservação permanente, programa de educação ambiental e sanitária, e igualdade de gênero.
Como se pode perceber, é uma ferramenta que acompanha e absorve melhorias contínuas, a partir das demandas que vão surgindo ou evoluindo com o passar dos anos. A atualização constante é necessária, para que cumpra objetivamente o seu papel. Da mesma forma, também é preciso manter o treinamento regular das equipes da UGPE e das empresas contratadas pelo órgão, para que acompanhem as mudanças implementadas e para o devido aperfeiçoamento do sistema.
É necessário, portanto, que todos os envolvidos nos projetos, seja diretamente ou indiretamente, estejam alinhados com o que está estabelecido no SGSA e que sigam os padrões que permitem executar obras com qualidade e com responsabilidade social.
*O autor é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas.
Foto: Thiago Corrêa/UGPE