Entenda a razão da insistência de Carlos Almeida Filho em se filiar ao PT

Imagine você insistindo em morar numa casa onde não há manifestação de acolhimento dos donos da moradia.

Você se oferece, tenta pular pela janela, mas é enxotado.

A família se reúne e põe na pauta se te aceita ou não. A maioria – pai, mãe e filhos – decide que você não é bem-vindo. Mesmo assim, você continua insistindo.

Das duas, uma: ou você tem problemas mentais ou têm interesses escusos.

Não sei se Carlos Almeida Filho, ex-vice-governador do Amazonas, têm alguns parafusos soltos, mas o conheço suficiente para dizer que sua insistência em se filiar ao PT é motivada por um oportunismo exacerbado e sem precedente.

Onde está o oportunismo?

O PT governa o Brasil. Lula é petista. Não é incomum oportunistas procurarem o partido querendo espaço no governo, cargos, apoio para candidaturas etc.

Eu só não tinha visto ainda tamanha cara de pau. É até constrangedor ver o senhor Carlos Almeida Filho se atirar pra dentro do PT, ser rechaçado e ficar batendo na porta, dizendo que ele quer fazer parte da família.

Ontem (20), a secretária Nacional de Organização do partido distribuiu nota confirmando que Almeida Filho não está filiado ao PT.

Precisou de uma nota nacional desmentindo o indivíduo e reafirmando a decisão da direção estadual do PT-AM de aceitar recurso impugnando sua filiação.

Ele perdeu até mesmo a autoestima. Tudo por conta de uma busca tresloucada por espaço político. Ora, procure outro partido. Você não é bem-vindo à nossa casa.

Carlos Almeida Filho é tão estranho ao PT que disse em matéria na imprensa que estava filiado ao partido e iria destituir (sic) o presidente estadual, deputado Sinésio Campos. O enjeitado sequer sabe que no PT os dirigentes são eleitos pelos filiados, em eleições diretas.

Ele sequer sabe que o PT é regido por fortes princípios de democracia interna. Que os filiados têm direitos iguais e não tem essa de eu ser doutor e valer mais que uma operária do distrito industrial, um pedreiro ou uma dona de casa.

Aqui é diferente, doutor. Vá procurar sua turma!

*O autor é sociólogo

Foto: Michel Mello/Secom