Neta de Marighella entra na polÃtica e quer ser vereadora pelo PT
Sobrenome da famÃlia volta agora à cena, impulsionado pelo filme de Wagner Moura sobre o militante comunista que chegou a ser tratado como inimigo número um da ditadura militar.

Publicado em: 18/02/2020 Ã s 14:28 | Atualizado em: 18/02/2020 Ã s 14:28
Maria Marighella, 44 anos, de Salvador, neta de Carlos Marighella, decidiu entrar na polÃtica e disputará uma das cadeiras da Câmara Municipal da capital baiana deste ano pelo Partido dos Trabalhadores.
Ela nasceu em 1976 e não conheceu o avô, que foi morto em 1969. Apesar disso, segundo reportagem do UOL, foi construindo desde pequena suas pontes com a história de Carlos Marighella —um dos principais lÃderes da luta armada contra a ditadura militar. Â
O sobrenome da famÃlia volta agora à cena, impulsionado pelo filme sobre o militante comunista que chegou a ser tratado como inimigo número um da repressão.Â
“Marighella”, filme dirigido pelo ator Wagner Moura em sua primeira empreitada atrás das câmeras, estreia nos cinemas em 14 de maio. Â
Maria, que é atriz, faz uma participação no longa interpretando sua avó Elza Sento Sé, mãe de seu pai, Carlos Augusto. “Foi lindo contracenar com o menino que faz Carlinhos, que é meu pai.”Â
Maria, segundo conta a reportagem, que durante a adolescência participou da Juventude Comunista, anuncia para Universa que vai agora se filiar primeira vez a um partido polÃtico. Â
A legenda escolhida é o PT, justamente num momento em que o partido atravessa sua maior crise. Ela justifica dizendo que a escolha é também emocional: sua “avó do coração” Clara Charf , viúva do guerrilheiro, é uma das fundadoras da legenda. Â
Pelo PT, Maria quer disputar uma vaga para a Câmara de Vereadores de Salvador por meio de uma candidatura coletiva.Â
“Eu realmente acredito no partido, em sua história e na decência de sua composição”, diz ela. “E PT foi o partido responsável pelas polÃticas públicas que mudaram a feição da cultura no Brasil, e desse processo eu participei ativamente, mesmo sem ser do partido”.
O filme “Marighella”, avalia, servirá para disseminar a figura de seu avô — já que, para ela, há um “desconhecimento programado” configurado de “forma ardil pelo próprio poder instalado” para que a luta encampada pelo guerrilheiro seja subestimada.
“A luta de Marighella é constantemente afastada da vida do brasileiro. Mas digo que o Brasil precisa muito mais de Marighella do que o contrário”, acrescenta.
Que não se goste de Marighella, ela aceita, mas pede que se entenda que papel que ele exerceu é indissociável da história polÃtica recente do paÃs.Â
Leia a entrevista com Maria no UOL
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Foto: Reprodução/DCM