Eleitos receberam mais recursos que concorrentes neste pleito

Os candidatos eleitos tiveram um aporte 60% maior de recursos dos partidos e de pessoas físicas

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Publicado em: 21/11/2020 às 09:34 | Atualizado em: 21/11/2020 às 09:36

Candidatos a prefeito com mais recursos financeiros nesta eleição tiveram muito mais sucesso nas urnas. Dessa forma, esse cenário repete um padrão no Brasil, mesmo com o fim das doações de empresas.

Um levantamento feito pelo G1, com base nos dados dos resultados da apuração e das doações obtidas pelos candidatos, mostra que, em média, os eleitos tiveram um aporte 60% maior de recursos dos partidos e de pessoas físicas.

Para o professor do IBMEC e da Fundação Dom Cabral Bruno Carazza, o comparativo demonstra o impacto do dinheiro no financiamento das campanhas.

“Os dados reforçam a hipótese de que, mesmo com o fim das doações de grandes empresas e a onda das campanhas nas redes sociais, o acesso ao dinheiro continua sendo um elemento central na competição eleitoral no Brasil”, observa Carazza. Ele é autor do livro “Dinheiro, eleições e poder”. A obra se debruça sobre os efeitos do poder econômico sobre a política.

Prefeitos eleitos

Pelo levantamento do G1, não é possível saber se os prefeitos eleitos receberam mais recursos. A princípio. eles já eram candidatos com mais chances de vitória. Além disso, não há como saber se o aporte dos recursos ampliou a capacidade de conquistar eleitores.

Segundo Carazza, os partidos têm incentivos para investir mais recursos em candidatos que apresentam mais chances de serem eleitos. Além disso, o custo das campanhas, aliado ao acesso a uma fatia maior dos fundos eleitoral e partidário, pode ser decisivo para os candidatos mais próximos das cúpulas partidárias.

“Comprovar a causalidade entre as variáveis dinheiro e voto é bastante complicado. Independentemente de qual o sentido dessa relação, porém, é inegável que a distribuição desigual de recursos públicos nas eleições brasileiras representa uma barreira à entrada de novos atores políticos e gera uma condição desigual de concorrência”, explica Carazza.

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