Alfredo diz que se enganou com Temer e que é um homem limpo

Publicado em: 29/08/2018 às 06:24 | Atualizado em: 29/08/2018 às 06:24

Por Neuton Corrêa e Israel Conte, da redação

 

Parlamentar que chegou a renunciar o cargo de presidente nacional do PR, divergindo de outros dirigentes da sigla, para votar pela queda do governo Dilma Rousseff (PT) e a consequente assunção do vice, Michel Temer (MDB), à Presidência da República, o deputado federal Alfredo Nascimento disse nesta terça-feira, dia 28, que se enganou com o medebista.

Ele comentou isso ao falar do decreto do presidente que feriu de morte o polo de concentrados da Zona Franca de Manaus e colocou sob risco a segurança jurídica de todo o modelo de indústria incentivada do Amazonas.

“O presidente da República não foi correto em relação aos concentrados. Nos enganamos com o Temer. Todos nós achávamos que ele iria melhorar o país, mas logo em seguida surgiram as denúncias”, disse Alfredo.

A declaração foi feita em entrevista que o parlamentar concedeu ao BNC AMAZONAS, na rodada de entrevistas que o site está realizando desde a semana passada com os candidatos a senador nestas eleições.

Nesse entrevista, Alfredo também fez uma auto avaliação de seu nome ao ser indagado se ainda pesava contra ele o fato de ter sido “faxinado” no governo Dilma Rousseff, em 2011, quando perdeu o cargo de ministro dos Transportes, suspeito de corrupção.

Sobre isso, Alfredo disse que foi vítima de uma grande armação e que agora mostra que é um “homem limpo”.

“Fizeram uma grande armação para me tirarem do ministério. Fazer acusação virou moda. A grande dificuldade é provar. Eu sou um homem limpo, ando nas ruas olhando nos olhos das pessoas. Eu tenho o nome limpo, não tenho nada o que o temer, apesar de ter sido ministro de um governo acusado de corrupção. Sou ficha limpa e quero retribuir ao Amazonas. Por isso, quero ser senador do Amazonas, para manter investimento estrutural no Estado”, disse o candidato.

Ciro e Bolsonaro

Na entrevista, Alfredo também falou a possibilidade de votar em dois candidatos à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSC), que, segundo ele, foram os únicos, nesta campanha, que se comprometeram em manter a Zona Franca de Manaus.

“Eu posso até pedir votos para essas pessoas, porque a Zona Franca de Manaus é a nossa vida e a gente precisa ter esse compromisso”, comentou.

Hipocrisia

Alfredo também explicou porque decidiu seguir o governador Amazonino Mendes (PDT), candidato à reeleição, quando vinha caminhando desde o início do ano senador Omar Aziz (PSD).

“É hipocrisia você dizer que está fazendo alguma coisa porque gosta do outro e não pensa primeiro em você. Naturalmente, eu pensei no que era melhor pra mim. (…) Eu tentei aliar o meu interesse ao perfil do governador que a gente precisa ter. Eu enxerguei isso no Amazonino. Acho que ele tem condições de assumir o Governo do Estado neste momento de dificuldade, por isso me aliei a ele”, disse.

BR-319

O candidato também fez comentários sobre a BR-319, rodovia que prometeu recuperar quando assumiu o Ministério dos Transportes, onde ficou em três mandatos, mas não conseguiu concluir a obra.

Ele falou justificou que a rodovia foi alvo de pressão ambiental, de ambientalistas, do Ministério Público e fez um desafio: que se apresente a ele “um único político” que tenha investido na BR nos últimos 15 anos.

Confira a seguir a entrevista que ele concedeu aos repórteres do BNC AMAZONAS Rosiene Carvalho e Israel Conte:

Foto: BNC AMAZONAS