Marcelo Ramos vai ajudar David Almeida 

No dia 3 de janeiro deste ano, o BNC Amazonas escreveu sobre a delicada condição política a que se meteu o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), para disputar sua reeleição.

Para começar, ele se declara evangélico, conservador. Depois, apoiou o derrotado candidato à reeleição Bolsonaro.

E mais: àquela altura, o governador Wilson Lima (União Brasil) já dava os primeiros sinais de que não apoiaria sua reeleição.

Ainda querendo se aproximar da direita, Almeida flertou com a extrema direita. Fez isso ao tentar se filiar ao PL.

Paralelamente, percebendo que seus caminhos à direita, sobretudo pela extrema, estreitavam seu caminho à renovação do mandato, o prefeito de Manaus fez gestos à esquerda.

Ainda em 2022, Almeida apoiou a reeleição do senador Omar Aziz (PSD), principal aliado de Lula no Amazonas.

Em 2023, o político do Avante inaugurou obra em homenagem à família do senador Eduardo Braga (MDB).

Ademais, também no passado, o prefeito deu uma secretaria para o parlamentar, da base aliada de Lula.

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Uma capital bolsonarista

Acontece que Manaus é bolsonarista. Chega a ser uma capital bolsominian. Apesar de ter perseguido a Zona Franca de Manaus, e não realizado nenhuma obra na cidade, o ex-presidente é hoje o seu cabo eleitoral mais importante.

Foram esses movimentos que acabaram levando o atual prefeito de Manaus para uma “sinuca de bico”.

Como resultado, não conseguiu entrar no partido de Bolsonaro e não pode se declarar de esquerda. Portanto, se assim proceder, já entra com saldo negativo para sua reeleição.

Dessa forma, uma das estratégias da extrema direita contra Almeida para desconstruir sua candidatura é associá-lo ao PT, a Lula e à esquerda.

Ou seja: carimbá-lo com aquilo que os eleitores de Bolsonaro ojerizam.

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Efeito Marcelo Ramos

É nessa conjuntura que Marcelo Ramos ajuda David Almeida. Ao entrar no jogo, o ex-deputado personifica a figura de candidato do PT, de Lula e da esquerda.

Evidentemente, não se pode desprezar a capacidade eleitoral de Ramos, muito menos sua relação com a ala política progressista do país.

Ele nasceu no PCdoB, passou pelo PSB e deixou o PL, quando seu ex-partido abriu portas para Bolsonaro.

Mais que isso: Ramos já foi finalista na disputa pela Prefeitura de Manaus, em 2016.

Nesse sentido, ele tem chance de ser eleito prefeito, apesar de isso ser uma hipótese remota.

Mas, entrando na disputa, tira da direita e da extrema direita o discurso de que Almeida é o candidato da esquerda.

Assim sendo, o prefeito de Manaus abre avenida para ser o candidato de centro. No caso, um candidato de centro-direita.

Fotomontagem BNC Amazonas