AuxÃlio ao agricultor ficou só nas promessas de Bolsonaro
A página oficial sobre o programa diz que "são 660 mil famÃlias de agricultores beneficiários do AuxÃlio Brasil indicadas pelo Ministério da Cidadania aos municÃpios"

Publicado em: 26/09/2022 Ã s 16:04 | Atualizado em: 26/09/2022 Ã s 16:04
A produtora rural Daniela Brás dos Santos, 33, cuida de plantações em sua pequena propriedade em Flores, no sertão de Pernambuco. Ela poderia receber, além do AuxÃlio Brasil, o valor do AuxÃlio Inclusão Produtiva Rural, mas esse benefÃcio ficou praticamente no papel e chegou a somente 1% de quem deveria atender.
A página oficial sobre o programa diz que “são 660 mil famÃlias de agricultores beneficiários do AuxÃlio Brasil indicadas pelo Ministério da Cidadania aos municÃpios”.
Mas, passados nove meses de sua criação, apenas 7 mil famÃlias desse total estimado receberam o valor em setembro, segundo dados do próprio Ministério da Cidadania.
Por mês, deveriam ser pagos a essas famÃlias R$ 200 para amparar a produção, ou seja, ajudar para que o agricultor fature mais e conquiste a chamada emancipação produtiva. Para isso, o governo reservou R$ 187 milhões em 2022, mas gastou até setembro apenas R$ 7 milhões.
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“O beneficiário será mantido na ação de incentivo à produção independentemente da manutenção da famÃlia no Programa AuxÃlio Brasil, condicionada à permanência da famÃlia no CadÚnico [cadastro único de programas sociais], pelo perÃodo de até 12 meses”, diz a pasta.
Se hoje o programa beneficia poucas pessoas, para 2023 o valor será Ãnfimo: o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) enviado por Jair Bolsonaro (PL) ao Congresso prevê apenas R$ 1,26 milhão, o que é insuficiente inclusive para manter os pagamentos à s famÃlias que hoje recebem o valor.
Mesmo se executado na Ãntegra, o valor orçado dará apenas para pagar o benefÃcio a 527 agricultores, se levarmos em conta o perÃodo de 12 meses.
A coluna procurou o Ministério da Cidadania para saber por que tão poucos beneficiários recebem o auxÃlio, mas não obteve resposta.
Leia mais na matéria de Carlos Madeiro no portal UOL
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República