Combater a fome é uma medida urgente e necessária

Leia o artigo de Marcellus Campelo sobre o reforço dos restaurantes populares no combate a fome, no Amazonas.

Combater a fome é uma medida urgente e necessária

Ednilson Maciel, por Marcellus Campelo*

Publicado em: 28/09/2022 às 11:29 | Atualizado em: 28/09/2022 às 11:59

Desde 2015 o Brasil enfrenta problemas econômicos que, ao longo desses últimos anos, têm impactado na renda e no consumo das famílias, com o aumento do desemprego. Essa situação se agravou drasticamente a partir de 2020, com a crise gerada pela pandemia de Covid-19.

No primeiro trimestre de 2020 já eram 12,3 milhões de pessoas desempregadas e mais 38 milhões de trabalhadores na informalidade, no país. Um cenário que acabou ampliando as desigualdades sociais e o problema da fome para os que vivem nas periferias das cidades, em situação de rua e moradores de áreas isoladas, como os indígenas e quilombolas.

Tornou um desafio ainda maior alcançar a meta de acabar com a fome, garantir segurança alimentar e melhor nutrição, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), documento do qual nosso país é signatário. A situação pede medidas rápidas, eficientes e de longo alcance.

No Amazonas, a população em situação de pobreza e extrema pobreza está tendo, nesse contexto, o reforço importante de programa criado pelo Governo do Estado, como parte das ações de combate à fome e que, pela primeira vez, foi introduzido no interior.

O programa atende à população mais carente, por meio de duas modalidades: os restaurantes populares, com almoço vendido ao preço simbólico de R$ 1, e as cozinhas populares, onde cada pessoa tem direito a 1 litro de sopa, gratuitamente. Os restaurantes funcionam de segunda a sexta-feira e as cozinhas de segunda a sábado, ambos das 11h às 13h.

O programa traz, na sua concepção, a preocupação com a segurança alimentar, ou seja, a disponibilidade de alimentos e as condições necessárias para o consumo adequado e com os nutrientes que o corpo necessita. Para isso, conta na equipe com nutricionistas, que coordenam esse trabalho.

Os restaurantes populares já existiam em Manaus, mas apenas 7 funcionando. A partir de 2019, essas unidades foram revitalizadas e mais 11 inauguradas na capital, já na nova concepção, incluindo restaurantes e cozinhas populares. O interior passou a contar com o projeto, pela primeira vez, ganhando 26 unidades.

Agora, são no total 44 unidades, sendo 26 no interior, onde não existia o programa, e 18 na capital. Até agosto deste ano, foram servidas 5.401.986 refeições nesses locais, sendo 4.756.318 nas unidades de Manaus e 645.668 no interior. Números que representam muito para os que são atendidos, em alguns casos, famílias inteiras.

No interior, os restaurantes populares estão funcionando em Manacapuru, Autazes, Itacoatiara, Tefé, Parintins, Barreirinha, Humaitá, Presidente Figueiredo, Manicoré, Carauari, Boca do Acre, Nhamundá, Novo Airão, Tapauá, Eirunepé, Pauini e Santa Isabel do Rio Negro. As cozinhas populares estão em Tabatinga, São Gabriel da Cachoeira, Rio Preto da Eva, Maués, Iranduba, Borba, Careiro, Lábrea, Coari.

Em Manaus, tem unidade nos bairros Alvorada, Jorge Teixeira, Novo Israel, Compensa, Bairro da União, Mauazinho, Alfredo Nascimento, São José, Parque São Pedro, Rio Piorini, Riacho Doce, Centro, Aleixo, Viver Melhor, Jesus me Deus, Braga Mendes, Petrópolis e Coroado.

Além de garantir alimentação saudável, o projeto cumpre o importante papel de gerar renda num período de crise, empregando 354 pessoas, entre assistentes sociais, nutricionistas, cozinheiros, copeiros e agentes de limpeza.

Para muitos, a contratação foi a realização do sonho da carteira assinada, num momento de retração de empregos no mercado. Significou a tranquilidade de poder garantir ou contribuir com o sustento da família. Um trabalho que merece aplausos e que tem à frente a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), atuando em parceria com a Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Aadesam). Fica aqui o registro e o reconhecimento pelos resultados alcançados.

*O autor é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas.

Foto: Divulgação