Um gênero próprio

É criação de e para o seu povo, despertando paixões e impressionando pela qualidade de seus espetáculos.

Um gênero próprio

Por Dassuem Nogueira, especial para o BNC Amazonas

Publicado em: 01/09/2023 às 10:47 | Atualizado em: 01/09/2023 às 10:47

A ciranda de Manacupuru criou um gênero próprio de espetáculo. Assim, caracteriza-se pela dança coreografada, encenações, músicas, destaques e alegorias baseados em um tema.

Diferindo-se da de Tefé e de Manaus, que possuem maior referência da ciranda portuguesa.

Em Manacapuru, o passo básico da ciranda, um jogo de ombros e pernas, em Manacapuru, possui um giro de joelhos mais contundente, que é sua marca.

A ciranda é até hoje dançada, sobretudo, pelos adolescentes. No entanto, é abraçada pelos manacapuruenses e visitantes que vêm de Manaus.

Além das encenações do imaginário amazônico, adaptou a música. A Cirandada, nome das músicas que conduzem os espetáculos, possui forte presença de músicas latinas, como a lambada, e de outros gêneros amazônicos, como a toada de boi-bumbá e o carimbó.

Nas cirandadas, o apito tradicionalmente usado para comandar os passos, assume a função de instrumento musical tradicional, fazendo variações rítmicas.

Incorporou também destaques, como Cirandeira Bela, Porta-Cores e Princesa Cirandeira. Assim, como alegorias e fantasias.

Os personagens Cupido, Seu Manelinho, Mãe Benta, Carão, Constância, Galo Bonito, e outros, permanecem na brincadeira como referência da atual ciranda às suas origens.

A ciranda de Manacapuru incrementou o cordão de cirandeiros, que possui figuras e personagens tradicionais, com novos personagens, novos ritmos e um enredo. É criação de e para o seu povo, despertando paixões e impressionando pela qualidade de seus espetáculos.

Fonte: Festas Amazônicas, Wilson Nogueira, 2008.

Foto: Márcio James/Secom