Parecer de deputado do Amazonas retira poder de legislar do TSE
Alberto Neto se refere a projeto que passa exclusivamente ao Congresso poder de ditar regras eleitorais.

Adrissia Pinheiro
Publicado em: 28/04/2025 às 16:20 | Atualizado em: 28/04/2025 às 16:28
O deputado federal Alberto Neto emitiu parecer favorável, na forma do substitutivo, ao projeto de lei complementar que revoga a competência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para expedir instruções. O projeto é de autoria dos deputados federais Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Gilson Marques (Novo-SC).
Relator do projeto, ele explicou que o projeto visa revogar a competência do TSE para expedir instruções, visto que o conteúdo está inserido no rol de competências legislativas privativas da União alusivas ao direito eleitoral, nos termos do art. 22, I, da Constituição da República.
“Não raro, o TSE, ao expedir instruções e resoluções, muitas vezes acaba legislando sobre matérias eleitorais, extrapolando e usurpando competência privativa do Congresso Nacional para legislar. A alteração proposta corrige distorções ao garantir que alterações nas normas eleitorais sejam feitas exclusivamente pelo Legislativo, após o devido debate democrático, preservando a soberania popular e a representatividade das decisões”, disse.
O parlamentar justifica que a revogação dessa competência do TSE reforça a segurança jurídica, evitando mudanças frequentes e imprevisíveis nas regras eleitorais por meio de instruções normativas, geralmente feitas sem ampla participação democrática, podendo, portanto, desestabilizar o processo eleitoral e prejudicar candidatos, partidos e eleitores.
“O novo modelo normativo elimina potenciais conflitos entre instruções expedidas pelo tribunal e a legislação eleitoral existente, minimizando o risco de decisões contraditórias que possam prejudicar o andamento do processo eleitoral”, explicou.
O deputado lembrou que é o parlamento, e não o judiciário, o responsável para tomada de decisões de primeira ordem em um Estado Democrático de Direito, e que o legislativo é o foro adequado para deliberar sobre mudanças nas regras eleitorais, garantindo maior controle democrático e participação dos representantes do povo nas decisões.
“A revogação da competência para expedir instruções reduz o espaço para que o TSE atue de forma ativista, criando normas com alcance geral e abstrato que extrapolam suas atribuições jurisdicionais e administrativas. Por isso voto pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do PLP e, no mérito, pela aprovação, na forma do substitutivo”, afirmou Capitão Alberto Neto.
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Foto: divulgação