Pablo ouve como alento a seu projeto dar gorjeta a motoristas de aplicativo
Projeto de parlamentar amazonense define que passageiros deem gorjeta de até 10% para compensar perdas

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 31/08/2022 às 18:14 | Atualizado em: 31/08/2022 às 18:14
O deputado federal Delegado Pablo (União Brasil), do Amazonas, bem que tentou emplacar, nesta quarta-feira (31), um requerimento de urgência para votar, no plenário da Câmara dos Deputados, seu projeto que define para os aplicativos Uber e 99 a cobrança de, no máximo, 10% do valor de cada corrida efetuada pelos motoristas.
De acordo com ele, atualmente as empresas chegam a cobrar do motorista até 60% do valor da corrida.
Contudo, a proposta nem chegou a entrar em votação por falta de consenso na casa.
Restou ao deputado amazonense ouvir do presidente da sessão, Marcel Van Hattem (Novo-RS), uma solução inusitada.
“Deputado, eu gostaria de dizer que uma das soluções que eu vejo para esse problema, ou pelo menos é a solução que eu dou para ele, como usuário de serviço de aplicativos, como usuário contumaz, é que, no momento de sair da corrida, dar também a gorjeta”.
Diante da proposta constrangedora, o deputado amazonense sinalizou que não vai desistir do projeto.
“Não havendo consenso na votação desse requerimento de urgência, de qualquer forma, gostaria que ficasse claro que o projeto de lei continua vivo e que iremos manter o projeto vivo para que haja a possibilidade de definir-se um valor através do meio legislativo”, disse.
Livre mercado
De acordo com Pablo, não se pratica no Brasil o livre mercado para quem é motorista de aplicativo.
“Vive-se escravo de mercado, porque se pagam taxas sem valores específicos. Toda a carga e todo o custo da condução de um veículo por aplicativo estão nas costas do motorista, combustível, manutenção do veículo, seguro, acidente. Tudo é pago pelo motorista de aplicativo. Praticamente o que a empresa de aplicativo faz é a ligação entre o consumidor e o motorista”.
O deputado observou ainda que é um computador que define o valor da sua corrida.
Ele deu exemplo ao presidente da sessão: “Se contratar uma corrida daqui até a sua casa, é o computador que vai dizer quanto ela custará, e o motorista de aplicativo nada pode fazer. Ele é obrigado a aderir de uma forma leonina a esse contrato. Isso não está certo. Esse projeto de lei vem para corrigir essa distorção”.
Foto: Billy Boss/Agência Câmara