Bolsonaro tem que ser preso
O autor deste artigo destaca que o dia 8 de janeiro de 2023 foi o Dia da Infâmia no Brasil. É preciso que o principal fomentador do golpe de Estado fracassado seja exemplarmente punido.

Ednilson Maciel, Por Aldenor Ferreira
Publicado em: 13/01/2024 às 01:23 | Atualizado em: 13/01/2024 às 06:09
Nesta semana, o golpe de Estado fracassado do dia 8 de janeiro de 2023 completou um ano. A democracia venceu. Todavia, Bolsonaro, o autor intelectual do golpe, conforme apontam as investigações, continua sem punição.
É doloroso para nós, do campo democrático progressista, ver Bolsonaro assim. Livre, leve e solto, ele continua vivendo exatamente do mesmo jeito que sempre viveu. Não houve nenhuma mudança em sua rotina, marcada pela divulgação de fake news, pelo negacionismo, científico e político, bem como por contínua conspiração contra a ordem democrática.
Retroalimentação do golpe
Bolsonaro, em seus quatro anos de mandato presidencial, cometeu diversos crimes. Mas não foi, efetivamente, punido por nenhum deles. As palavras Bolsonaro e crime são quase sinônimos.
Neste sentido, até o momento, a sua liberdade não é apenas um ultraje, mas um sinal de fraqueza de nossas instituições de justiça. E, pior, sua liberdade não apenas estimula a impunidade como também é a perenização dos ataques à democracia brasileira. Noutras palavras, Bolsonaro solto é a retroalimentação do “8 de janeiro”.
Certamente, é preciso respeito aos ritos constitucionais relacionados às investigações, prazos e aos processos. Todos(as) têm direito à ampla defesa. Isto é inegociável. Com efeito, isto não pode ser atestado para a lentidão, uma vez que esta demora gera um sentimento de impunidade.
Neste sentido, é preciso agilidade. É preciso que o principal fomentador do golpe de Estado fracassado seja exemplarmente punido. O “8 de janeiro” não foi algo menor. Não pode ser tomado como um evento isolado, como coisa de meia dúzia de arruaceiros que destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília, como apregoam alguns políticos bolsonaristas.
O Dia da Infâmia
Na verdade, o dia 8 de janeiro de 2023 foi o Dia da Infâmia no Brasil. Neste sentido, a liberdade do principal autor intelectual do golpe, conforme apontam as investigações, é a manutenção do fogo antidemocrático no país.
Esta manutenção pode ser vista, claramente, na atitude dos 30 senadores que assinaram um manifesto contrário à cerimônia realizada no Congresso Nacional para relembrar o fatídico “8 de janeiro”. Com esta atitude, estes 30 senadores estão sinalizando para as suas bases que o “jogo ainda não acabou”.
Portanto, não há outra saída para a cambaleante democracia brasileira. Urge a condenação, seguida de prisão, de Jair Bolsonaro, bem como de toda a malta que o cerca. Sua prisão, com certeza, terá um efeito pedagógico e será fundamental para a reconstrução do país.
O dia 8 de janeiro de 2023 foi, sem dúvida, o maior teste da democracia e da Constituição Federal brasileira desde 1985. A superação deste dia perpassa pela punição exemplar de todos(as) os(as) envolvidos(as). Sem isto, não haverá paz neste país.
* O autor é sociólogo.
Foto/Arte: Gilmal