A hora da verdade 1 – “O povo não é bobo!”

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 03/10/2016 às 10:32 | Atualizado em: 29/12/2016 às 20:33
O resultado das urnas desnuda os rompantes, as falácias e as mentiras que emergem do subterrâneo da política para as campanhas eleitorais. Por isso, diz-se, sabiamente, que o eleitor e sua consciência produzem a verdade verdadeira na hora de votar.
Este BNC procurou, no decorrer do primeiro turno, desviar-se das estratégias e táticas marqueteiras dos que disputaram a preferência dos eleitores; e continuará firme nesse propósito. Seguiu, sim – e continuará seguindo –, a sua missão de informar a sociedade sobre a articulação dos candidatos para tentar convencer os eleitores de que são importantes e necessários para a gestão da cidade.
Assim, não se omitiu e não se omitirá de colocar em questão e em debate – aliás, essa é uma das características das redes sociais digitais – os rompantes, as falácias e as mentiras daqueles que tentam trapacear a cidade com falação empolada, autoritária e vazia de verdade. Das ruas vem uma síntese da percepção apurada do eleitor a esse respeito: “O povo não é bobo!”.
O resultado das urnas revela uma incrível diversidade de interesses, de ideias e, sobretudo, de conflitos sociais que fermentam no cotidiano das cidades.
Aos gestores de bom senso cabe reconhecer essa situação conflituosa e procurar resolver os problemas demandados por ela. Aqueles que ignoram as cidades como elas realmente são acabam tropeçando sobre as próprias palavras e promessas.
Não poderia ser diferente: as falas dos governantes – ou dos candidatos a governantes – se apresentam como legendas de uma imagem do cotidiano da cidade para o eleitor. Elas, necessariamente, precisam se referir a aspectos reais ou, no mínimo, exequíveis.
Quebram a cara aqueles que acham que podem hegemonizar a cidade na imagem de algum quarteirão ou torná-la uma alegoria futurista, ainda que essa invenção esteja dotada de inteligência… artificial.
Nesse contexto, a mentira, como bem dizem as ruas, tem pernas curtas, porque a legenda anunciada não tem nada a ver com a imagem apresentada. A tendência do eleitor, então, é refazer essas legendas com a verdade das urnas.
Evidentemente que há candidatos de boa-fé que não obtiveram o sucesso almejado no primeiro turno. Outros fatores influenciam uma derrota eleitoral, como falta de recursos financeiros, tempo na TV e entraves da legislação eleitoral para os pequenos partidos.
Mas, aqui, procuramos ressaltar, principalmente, o caso do governante autoritário e amalucado em ação, aquele que age como se fosse dono das mentes e dos corações de uma cidade inteira.
E mais: como se fosse capaz de, pela ameaça e intimidação, mudar ideias, projetos, missões e sonhos daqueles que não pensam como ele determina. Não é assim que a vida e a vivência em liberdade caminham.
Por fim, esperemos a verdade do segundo turno.
Arte: Jackson Matos/especial para o BNC