A faca que atingiu Bolsonaro fere também a mídia tradicional

Bolsonaro

Neuton Correa

Publicado em: 08/09/2018 às 11:07 | Atualizado em: 19/05/2019 às 21:48

Neuton Corrêa, da Redação

 

É redundância, hoje, dizer que a internet exerce importante influência sobre o comportamento do povo brasileiro, assim como já faz em outras partes do mundo. Mas, o que já é evidente ficará expresso no que ocorrerá até o dia 7 de outubro, fim do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018.

Até aqui, terceira semana de campanha, o líder da corrida ao Planalto, Lula, resistiu a intenso bombardeio do rádio, jornal e TV, contra-atacando com algumas letras de suas ideias e defesas que seus aliados postam nas redes sociais.

Daqui para frente, em estado convalescente em decorrência do ferimento que sofreu no dia 6, o novo líder da disputa (com Lula fora do páreo), Jair Bolsonaro, comandará sua campanha deitado em um leito, também usando as redes sociais.

Oculto entre os fatos aparentes, o fenômeno é relevante para a história da comunicação. Esse episódio faz a marcação de fatos que mostram a superação do paradigma dos chamados veículos de massa.

Nesse sentido, a faca que feriu Bolsonaro atingiu também a mídia tradicional, antes controlável por se concentrar nas mãos de meia dúzia de influenciadores nacionais e regionais.

Assim, Lula, Bolsonaro e a faca de Adélio Bispo confrontam o status quo secular por meio de um fenômeno ainda novo e ainda sem forma definida, mas com grande poder, e pulverizado.

 

*O autor é graduado em filosofia e mestre em sociedade e cultura pela Ufam

 

Ilustração: Alex Fidélis/BNC