A destruição da ZFM, pacote de maldades e preconceito geográfico

O preconceito contra o Norte e o Nordeste continuará se manifestando nas suas formas mais cruéis neste governo

Mariane Veiga, por Lúcio Carril*

Publicado em: 22/04/2021 às 12:25 | Atualizado em: 22/04/2021 às 12:59

O ataque de Paulo Guedes e Bolsonaro à Zona Franca de Manaus (ZFM) é frequente e não é um caso isolado. É parte constitutiva da conduta de governo arquitetada no preconceito e na discriminação.

O não reconhecimento das diferenças regionais é uma matriz ideológica dimensionada no globo, que se soma à homofobia, ao racismo e à misoginia.

O governo do genocida está reproduzindo sua conduta e suas bandeiras de campanha. Não há nada de novo ou que possa provocar espanto; assim como não é novidade a desfaçatez do empresariado local que o apoiou e agora protesta, passivamente, contra os ataques que o modelo zona franca é vitima recorrente.

Tenho visto manifestações incisivas, também, dos ignorantes que o apoiam, dizendo que a Zona Franca de Manaus já tinha acabado ou é desnecessária para o Amazonas e para a Amazônia. É óbvio que se trata de mais uma pérola de quem não sabe a diferença entre valor e preço.

Qualquer imberbe com o mínimo de sensibilidade para olhar o mundo sabe que modelos econômicos não são substituídos na tora ou descartados como papel higiênico.

Mas, o que há por trás de tudo e de todos que continuam defendendo o reacionarismo deste governo são os piores valores morais, erigidos na discriminação social e na sua vertente geográfica, a valorização de umas regiões do capital em detrimento de outras.

O preconceito contra o Norte e o Nordeste continuará se manifestando nas suas formas mais cruéis neste governo. Foi dito na campanha. Não tem nada de novo.

*O autor é sociólogo

Foto: Reprodução