Discipline-se a tropa, punam-se os corruptos. É o que o Brasil espera dos militares

Bolsonaro está destruindo tudo isso, com a ajuda de um parlamento fisiológico e de segmentos da direita.

Pazuello virou espectro, diz a Veja

Aguinaldo Rodrigues, por Lúcio Carril*

Publicado em: 08/07/2021 às 13:59 | Atualizado em: 08/07/2021 às 16:21

Os governos Lula/Dilma modernizaram o Estado Brasileiro no combate à corrupção. Propuseram leis, fortaleceram os órgãos de fiscalização, deram autonomia para a polícia federal e cortaram na própria carne com o excesso de politização interna da instituição.

Bolsonaro está destruindo tudo isso, com a ajuda de um parlamento fisiológico e de segmentos da direita. Fez para encobrir os malfeitos do seu governo.

Conseguiu adiar a revelação dos escândalos de corrupção, mas a máscara caiu. Seu governo genocida agora está totalmente nu.

É hora de partir pra cima, inclusive apoiando toda ação que desnude esse governo genocida e mostre ao povo toda sujeira.

Sobre os militares.

Os militares são base da administração e cúmplices ativos do genocídio. Estimam-se em mais de 10 mil em cargos de confiança no governo federal.

Desde o início da república que se metem em quarteladas. São incapazes de gestos em defesa da democracia e seu clube de pijamas é um comitê permanente do golpe.

Os militares estão no poder. Estão nos cargos comissionados da administração pública federal. Estão na política. São partes de um todo envolvido em corrupção na compra de vacinas e em improbidades.

Se não querem ser chamados de corruptos, que disciplinem sua tropa.

Pazuello é general da ativa e jogou o Código de Disciplina Militar no lixo, com aval de seu comandante. É no Ministério da Saúde que está surgindo todas evidências de corrupção. Ministério cheio de militares de alta patente.

Aquele outro facínora, um tal de general Heleno, deixou um rastro de massacre de civis no Haiti e agora vive em campanha contra a democracia no Brasil. Não vou nem citar os escalões menores, que têm coronéis envolvidos até o pescoço em esquemas suspeitos.

Confesso que um dia achei que militar era sinônimo de competência e nacionalismo. Mas eu era criança. Quando cheguei aos 14 anos descobri que matavam quem lutava por democracia. Agora, na minha maturidade de existência e conhecimento, tenho certeza que é um desperdício de dinheiro público.

Com um contingente de 350 mil na ativa, as forças armadas têm um orçamento de 110 bilhões este ano. É muita grana para pouco retorno ao país.

E haja leite condensado, chicletes, vinhos caros, picanha de quase dois mil reais, gordos salários e pensões vitalícias.

*O autor é sociólogo

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