Manaus vive retomada da segunda onda da covid, alerta cientista

Conforme o cientista Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz/Amazônia, os últimos números demonstram um recrudescimento da segunda onda em Manaus

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Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 24/05/2021 às 21:30 | Atualizado em: 24/05/2021 às 22:01

No último sábado (22), o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), chamou uma reunião emergencial com profissionais de saúde para discutir o preocupante aumento das internações hospitalares por covid (coronavírus) em Manaus.

“Minha preocupação é com terceira onda”, disse ao acusar aumento do número de internações na ordem de 30%, incluindo os casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag).

De acordo com o cientista Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz/Amazônia, os últimos números demonstram um recrudescimento da segunda onda em Manaus.

De acordo com ele, na capital houve crescimento de 12% de aumento no número médio semanal de internações por covid de 17 a 21, em comparação a de 3 a 7 de maio.

“Ainda é um movimento dentro da segunda onda de covid-19. A gente chama isso de retomada ou recrudescimento da segunda onda. E por que? Porque nós não tivemos uma redução grande de incidência de Srag”, afirmou ao BNC Amazonas.

Dessa forma, para atestar que Manaus já estaria em uma terceira onda, os números teriam que chegar no mesmo patamar do registrado em junho de 2020. A princípio, nesse período a cidade teve os menores índices de contágio pela doença.

“Não é por acaso que nós estamos numa incidência próximo de 15 para cada 100 mil habitantes em Manaus nessas últimas semanas. Se você avalia, por exemplo, os dados de internação hospitalar você vai perceber que esse movimento é exatamente o mesmo, ou seja, o aumento consistente do número médio de internados por semana desde o início de maio”, explicou.

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Ainda não é terceira onda

Diante desse quadro, o pesquisador diz não ser possível falar em terceira onda. Para ele, seria necessário ter um número de casos baixo, período de estabilidade para formar aquele “clássico vale entre uma onda e outra”.

Assim, a cidade precisaria registrar aquela parte rasa no gráfico para depois começar a subir. “Por isso, não é possível falar em terceira onda. Em Manaus, isso não aconteceu. Nós estamos ainda na segunda onda, na retomada e no recrudescimento dela”.

Foto: Agência Brasil