VÃrus da variante do Amazonas infecta vÃtima dez vezes mais, diz Fiocruz
Pesquisa, ainda não revisada por outros cientistas, aponta que o relaxamento das restrições contribuiu para o espalhamento do coronavÃrus

Publicado em: 27/02/2021 Ã s 17:38 | Atualizado em: 27/02/2021 Ã s 19:10
Um estudo feito por pesquisadores da Fiocruz aponta que adultos infectados pela variante brasileira P.1 do coronavÃrus (covid-19), identificada primeiro no Amazonas, têm uma carga viral (quantidade de vÃrus no corpo) dez vezes maior do que adultos infectados por outras “versões” do vÃrus.
A pesquisa ainda não foi revisada por outros cientistas nem publicada em revista, mas está disponÃvel on-line.
“[Se] a pessoa tem mais carga viral nas vias aéreas superiores, a tendência é que ela vai estar expelindo mais vÃrus – e, se ela está expelindo mais vÃrus, a chance de uma pessoa se infectar próxima a ela é maior”, explica Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazonas e lÃder do estudo.
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Os pesquisadores analisaram 250 códigos genéticos do coronavÃrus durante quase um ano.
A amostragem cobriu o primeiro pico da doença, em abril, e o segundo, no final do ano passado e inÃcio de 2021.
Eles perceberam que essa maior quantidade de vÃrus não acontecia, entretanto, nos homens idosos (acima de 59 anos).
Uma possÃvel explicação para isso é que a resposta imune de homens idosos tende a não ser tão eficiente de forma geral.
“Em homens mais velhos, a resposta imune já não consegue responder tão eficientemente, e aà não teve diferença sendo P.1 ou o outro [vÃrus]”, aponta Naveca.
Felipe Naveca disse, entretanto, que não há relação entre quantidade de vÃrus no corpo e gravidade da doença ou, até mesmo, presença deles.
A P.1 já vinha sendo apontada por vários pesquisadores ao redor do mundo como mais transmissÃvel, por causa de mutações que ela sofre na região que o vÃrus usa para infectar as células humanas.
Apesar de ter surgido no Amazonas, ao menos outros 18 estados já detectaram infecções pela variante.
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Foto: Chico Batata